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Parques estão com manutenção precária
Bancos e alambrados quebrados, quiosques danificados, mato alto e falta de iluminação são comuns nessas áreas
Para especialistas, o problema é provocado por mau planejamento da prefeitura e não pela escassez de recursos
Bancos, mesas e alambrados quebrados, quiosques danificados, problemas com a iluminação e mato alto. Os parques de Ribeirão, opção ao ar livre de lazer para os moradores, estão sofrendo com a falta de manutenção.
Apesar de a prefeitura enfrentar uma severa crise financeira, especialistas afirmam que o problema ocorre mais por falta de planejamento que pela escassez de recursos. A administração diz que enviará equipes aos locais.
De cinco parques visitados pela Folha, três --Tom Jobim, Prefeito Luiz Roberto Jábali (Curupira) e Maurilio Biagi-- apresentam manutenção e infraestrutura precárias.
Um quarto parque, Roberto de Mello Genaro, está fechado há 62 dias, e a prefeitura não tem previsão para a sua reabertura. A exceção é o Luiz Carlos Raya, em zona nobre da cidade.
O Tom Jobim, no Jardim Procópio, apresenta uma das piores situações da cidade, segundo os frequentadores.
O espaço tem cerca de dez pontos onde o alambrado de proteção foi quebrado para dar origem a passagens para os frequentadores. Há ainda bancos e mesas quebrados e quiosques com o telhado furado.
"Por ser na periferia, ninguém dá atenção ao parque. Os problemas ocorrem há muito tempo e ninguém se preocupa", disse o educador físico Renan Fernandes, 24.
A situação não é diferente da flagrada pela Folha nos outros parques. No Curupira, as principais reclamações são sobre o mato alto e a falta de água nos bebedouros.
No Maurilio Biagi, além de bancos e lâmpadas quebradas, uma casinha de bonecas está sem telhado.
CAUSAS
Para especialistas, a prefeitura deveria ter planejado a manutenção dos parques, principalmente para as férias escolares e o verão.
O arquiteto e urbanista Mauro de Castro Freitas, ex-secretário do Planejamento na gestão de Antonio Palocci (1993-96), disse considerar que a má conservação seja reflexo da crise do governo.
"Não é crise financeira, mas a falta de gestão dos recursos disponíveis é que leva a esse caos", disse Freitas.
Diretor do Conselho Estadual de Arquitetura e Urbanismo, Eder Roberto da Silva afirmou que existe uma falta de entendimento da gestão sobre a importância desses parques para a população.
"A falta de manutenção traz consequências sociais graves, por exemplo, para as crianças que estão de férias e não tm um parque adequado para frequentar."
O parque Luiz Carlos Raya, localizado em área nobre de Ribeirão Preto, foi o único dos cinco visitados pela reportagem que apresenta equipamentos bem conservados. O local é procurado por moradores de toda a cidade.