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Após 11 invasões, prefeitura negocia venda de terreno
Movimento sem-teto quer abrigar 250 famílias em área na zona oeste a ser vendida pela Prefeitura de Ribeirão
Depois de registrar invasões de 11 áreas no último trimestre do ano passado, a Prefeitura de Ribeirão Preto analisa a venda de um terreno para os invasores.
As invasões, comandadas pelo MLNR (Movimento Livre Nova Ribeirão), foram um protesto contra a política habitacional do município.
A reivindicação, das cerca de 500 famílias ligadas ao grupo, era de que os sorteios de unidades habitacionais na cidade voltassem a ter uma cota para o movimento.
Ontem, o secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Júnior, afirmou que analisa a proposta de venda do terreno.
No próximo dia 22, eles vão à Caixa Econômica Federal para analisar a possibilidade de financiamento da compra da área e construção de casas, por meio do Minha Casa Minha Vida Entidades.
De acordo com Marcelo Batista, coordenador do MLNR, a proposta seria para a compra de um terreno público de 70 mil m2 na zona oeste, onde ocorreu a maioria das invasões do movimento.
"Antes o movimento não tinha voz, não havia conversa com a prefeitura. Depois do período de invasões e protestos, sentimos que começa a ter negociação e esperança", disse Batista.
O grupo tem hoje cinco áreas invadidas, quatro delas públicas. Ontem, duas áreas foram reintegradas pela prefeitura, por ordem judicial.
Apesar da proposta de compra do terreno para a construção de unidades habitacionais, o movimento não pode ser contemplado no programa para entidades por não estar cadastrado há pelo menos três anos no Ministério das Cidades.
De acordo com Batista, caso consiga a compra do terreno, o movimento deve fazer parcerias com entidades de outras cidades para ser contemplado pelo programa.
"Nós pretendemos sair das áreas invadidas e alocar cerca de 250 famílias, que não têm mais condições de pagar aluguel, no terreno a ser comprado", disse.
O programa voltado para entidades sociais prevê que os movimentos habitacionais tenham autonomia para selecionar os beneficiados pelas unidades construídas.
Luchesi Júnior disse que a área ainda não foi definida. A reunião e a proposta de venda do terreno também foram confirmadas pela Caixa.