Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ribeirão

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Posto de saúde enfrenta falta de remédios

Ao menos cinco medicamentos de uso contínuo para doenças como hipertensão e diabetes não estão disponíveis

Prefeitura diz que situação acontece devido a atrasos de fornecedores e em processos licitatórios

DE RIBEIRÃO PRETO

Ao menos cinco remédios de uso contínuo para tratamentos de hipertensão, diabetes, depressão, esquizofrenia e micose estão em falta nas farmácias das unidades de saúde de Ribeirão Preto.

Não há nos postos de saúde hidroclorotiazida (usado para controlar a hipertensão), nortriptilina (antidepressivo), metformina (controle de diabetes), levomepromazina (usado para tratar sintomas psicóticos) e miconazol (ginecológico).

A situação, segundo servidores, se agravou nesta semana. Ribeirão passa por uma crise na saúde, com servidores em greve desde segunda-feira. Eles reivindicam redução da jornada de algumas categorias para 30 horas, prometida pela administração.

Sem atendimento em postos, pacientes foram "encaminhados" por grevistas para a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento).

Até a empresa de raios X deixou de prestar o serviço alegando que recebeu calote.

A própria prefeitura, que enfrenta dificuldades financeiras, confirma a falta dos medicamentos, mas alega que o problema ocorre devido à lentidão para concluir processos licitatórios e ao não cumprimento de prazos por alguns fornecedores (leia texto nesta página).

A Folha recebeu cópia da movimentação do estoque das farmácias, obtido do sistema Hygia (que faz a gestão da saúde pública) na noite de anteontem. Mensalmente, o consumo desses cinco medicamentos que estão em falta na rede municipal de saúde é de 1,13 milhão de unidades --frascos, cápsulas ou tubos.

A reportagem percorreu UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) durante a manhã de ontem e comprovou a falta dos remédios.

Nas farmácias das UBDSs Dr. Marco Antônio Sahão (Vila Virgínia) e Dr. Joel Domingos Machado (rua Cuiabá), por exemplo, um aviso fixado informava a lista de remédios em falta.

O presidente do Sindicato dos Servidores de Ribeirão Preto, Wagner Rodrigues, afirmou ontem que a falta de medicamentos é frequente nas unidades de saúde, mas que a situação se agravou nos últimos três anos.

"Falta gerenciamento, falta planejamento. Isso tem levado a prefeitura a atrasar a compra de remédios. A administração não tem planejado as compras de forma correta", afirmou Rodrigues.

De acordo com ele, o município deveria ter estoque para suprir uma eventual falta no sistema.

"Se a empresa não entregar o medicamento, é a população quem paga o preço?", questionou o sindicalista.

SEM QUEIXAS

José Ricardo Guimarães Filho, presidente do Conselho de Saúde de Ribeirão Preto, por sua vez, afirmou que a entidade não recebeu reclamações relacionadas à falta de medicamento na cidade.

Afirmou também desconhecer o problema, mas disse que as queixas não chegam porque "a população não reclama". Porém, classificou a falta de remédios "uma coisa muito grave".

A Prefeitura de Ribeirão Preto alegou, ainda, que nem todos os itens que estão em falta são de fornecimento obrigatório pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas que fazem parte da lista municipal de medicamentos entregues pela administração.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página