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Cerâmica e fotos da teia de estradas incas são expostas em Araraquara
Mostra com curadoria de ministério peruano fica aberta até abril
Criadores do maior império das Américas antes da conquista europeia, os incas tinham algo em comum com outro povo imperial, os romanos: a paixão por estradas.
Cerca de 40 mil km de vias cortavam o território incaico, do Equador, no norte, ao Chile e à Argentina, no sul.
Uma mostra em Araraquara, aberta nesta semana, traz peças de cerâmica e fotos que mostram a teia de estradas incas pela América do Sul.
Batizada de "Qhapaq Ñan: O Grande Caminho Inca", a mostra itinerante tem curadoria do Ministério das Relações Exteriores do Peru.
"Qhapaq Ñan" significa "a bela estrada". O nome era dado à principal estrada do império, com 6.000 km de extensão, passando pela espinha dorsal dos Andes. Os incas também usavam as estradas, com até 20 m de largura, para conectar sua capital, Cusco, a seus domínios no litoral peruano e chileno e na fronteira da Amazônia.
A rede não foi criada do zero pelos incas, já que o Império só floresceu nos últimos cem anos antes da chegada dos espanhóis (que invadiram o território em 1532).
Civilizações andinas anteriores tinham seus próprios sistemas de estradas, mas a genialidade inca consistiu em integrá-las e ampliá-las.
O talento para a logística é claro. Sistemas de escadarias nas áreas mais íngremes, hospedarias para os funcionários reais e muros para evitar desabamentos permitiam que o território do império fosse cruzado em questão de dias.
As estradas não lembram rodovias por dois motivos: os incas não conheciam a roda nem tinham animais de carga, com exceção das lhamas.
A mostra está no Teatro Municipal de Araraquara (av.Bento de Abreu s/nº, Fonte Luminosa), com entrada franca, e fica aberta até 6 de abril. De 2ª a 6ª, das 8h30 às 11h30 e das 13h às 17h.