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Greve do lixo chega ao fim com demissões
Paralisação de coletores e motoristas teve início segunda em Ribeirão, após pedirem R$ 300 de reajuste salarial
Sete funcionários da Estre foram demitidos na manhã de ontem ao retornarem do movimento grevista
Chegou ao fim, com sete demissões, a greve dos coletores de lixo e motoristas da empresa Estre, que presta serviço de coleta de lixo à Prefeitura de Ribeirão Preto.
A paralisação, de somente dois dias, foi suficiente para deixar a cidade com muito lixo acumulado pelos bairros, gerando focos de insetos, como o mosquito transmissor da dengue.
Em alguns locais, a coleta não é realizada desde a última sexta-feira, gerando transtornos aos moradores (leia texto nesta página).
A greve foi iniciada na última segunda-feira, após os coletores pedirem reajuste salarial de R$ 300. Hoje, eles recebem R$ 880.
Além do reajuste, queriam luvas consideradas adequadas e resistentes, água no caminhão de coleta, protetor solar e tempo para a utilização de banheiro.
A empresa alegou que as reivindicações eram indevidas e não foram negociadas.
Anteontem, a Justiça do Trabalho expediu liminar que impedia os grevistas de bloquear a entrada e saída de veículos e a movimentação de outros funcionários, que não aderiram à paralisação, na sede da empresa.
De acordo com a liminar assinada pela juíza Roberta Jacopetti Bonemer, os trabalhadores deveriam manter 50% do serviço em funcionamento, já que a coleta de lixo é considerada atividade essencial para a sociedade.
Conforme a assessoria da Estre, os trabalhadores demitidos tentaram impedir a passagem de caminhões e provocaram tumulto.
A Polícia Militar foi acionada, ainda de acordo com a empresa, para garantir a execução da ordem judicial.
O descumprimento da determinação judicial, ainda de acordo com a Estre, resultou nas demissões dos sete trabalhadores.
SEM TUMULTO
O grupo de empregados dispensados, no entanto, apresenta outra versão.
Os funcionários alegam que não houve tumulto na empresa e que somente foram informados que estavam sendo demitidos por justa causa.
"Pediram para que eles assinassem um papel, mas não apresentaram nenhum documento que comprovasse a demissão", afirmou ontem o advogado dos trabalhadores, Tiago Machado Silva.
De acordo com os grevistas, 160 coletores e motoristas ficaram sem trabalhar nos últimos dois dias em Ribeirão. A Estre informou ter hoje 1.300 empregados.