Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ribeirão

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Foco

Refúgio de Cacilda Becker fica sem água, peixes e turistas na região

Cachoeira de Emas, em Pirassununga, enfrenta a pior seca das últimas seis décadas

HEITOR MAZZOCO DE RIBEIRÃO PRETO

Local de turismo e de refúgio da atriz Cacilda Becker (1921-1969) em Pirassununga, sua cidade natal, a Cachoeira de Emas sofre a pior seca dos últimos 60 anos.

Num período em que a cheia do rio Mogi-Guaçu, que banha o local, era esperada (janeiro a abril), não choveu. Começou a seca e, agora, a situação é de desespero, na avaliação de pescadores que dependem da atividade.

Há um mês não chove e o nível de água apenas diminui a cada semana. Com isso, sumiram também os turistas.

Em muitos pontos do local, pedras são visíveis onde antes corria o rio.

"O nível do rio Mogi-Guaçu está dois metros menor do que o normal", disse o pesquisador Paulo Sérgio Ceccarelli, do Cepta (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais).

O local fica num distrito distante nove quilômetros do centro de Pirassununga e sempre se caracterizou por ter água em abundância e muitos peixes, que atraíram o pescador Roberto Trepador nos últimos 30 anos.

"É a primeira vez que vejo tanta seca. Tenho de recorrer à poupança para me manter", afirmou ele.

Por causa dos pescadores e de visitantes que aproveitavam as águas caudalosas do rio para nadar e tomar sol especialmente nos finais de semana, na década de 1980 começaram a surgir quiosques à beira do Mogi e pescadores passaram a alugar seus barcos para passeios de turistas, o que hoje é impraticável.

"Se formos andar de barco, no meio do caminho vamos ter de descer e empurrá-lo, de tão baixo que está o nível da água."

A reprodução dos peixes também foi prejudicada e, com a seca, existe até a possibilidade de espécies desaparecerem da bacia hidrográfica --entre elas piracanjuba (situação mais crítica), pacu, jaú e curimbatá.

"O prejuízo é porque a seca, que deveria começar entre junho e julho, foi antecipada, começando já na época em que normalmente há cheia, em janeiro. Pelo menos 80% da desova dos peixes foi prejudicada", afirmou Ceccarelli.

Quarenta e quatro anos atrás o distrito viveu situação totalmente oposta, com a maior cheia registrada em Cachoeira de Emas, de acordo com o pesquisador.

Naquele ano, o nível do rio subiu sete metros acima do normal, o que também prejudicou pescadores e turistas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página