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Ribeirão

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Produtividade policial tem queda na região

Nove dos 13 indicadores usados pelo Estado caíram no semestre, ao mesmo tempo em que há aumento dos crimes

Secretaria da Segurança Pública afirmou que as polícias Civil e Militar têm atuado juntas para combater criminalidade

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

As apreensões de entorpecentes tiveram queda de 28,7% na região de Ribeirão Preto no primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado.

Além deste, outros nove dos 13 indicadores usados pela SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) para medir a produtividade policial também tiveram queda.

A baixa ocorre no mesmo período em que a região registra uma escalada da violência, com o aumento dos casos de roubo em 25,9%.

A região, inclusive, lidera o aumento deste tipo de crime no interior de São Paulo.

Prisões em flagrante, apreensões de drogas e armas, considerados os "termômetros" da atuação policial, caíram em 5,69%, 28,7% e 0,8%, respectivamente.

Os dados referem-se às 93 cidades da região, sob atuação do Deinter-3 (Departamento de Polícia Judiciária).

"Quando a criminalidade aumenta e estes três índices caem, o cenário se torna preocupante", afirmou o especialista em segurança pública, coronel da reserva José Vicente da Silva Filho.

Para o especialista, o problema é a falta de gestão e de eficiência nas investigações.

Ele disse ainda que é preciso fortalecer as DIGs (Delegacias de Investigações Gerais) e Dises (Delegacias de Investigações Sobre Entorpecentes) para o combate efetivo à criminalidade.

De acordo com o Guaracy Mingardi, especialista em segurança pública e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a criminalidade tende a aumentar quando há queda da produtividade.

O delegado seccional de Ribeirão, Claudio Ottoboni, afirmou que a diminuição de itens não indica que as polícias têm trabalhado menos.

Já o índice de veículos recuperados teve aumento de 12,25%. No período, 3.059 carros furtados ou roubados foram encontrados.

No ano passado, foram 2.725 carros recuperados.

"É preciso lembrar que, historicamente, 60% dos carros são abandonados pelos ladrões", disse Silva Filho.

SEM POLÍCIA

De acordo com Eumauri da Mata, presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis) da região de Ribeirão Preto), o resultado ruim é decorrente da falta de policiais.

"A situação nas delegacias está uma calamidade. Temos material, mas não temos policial. Não é possível trabalhar desta forma", disse.

Segundo ele, a situação é tão crítica que delegados têm de assumir mais de uma delegacia na região.

Santa Cruz da Esperança, Guatapará, Santo Antônio da Alegria e Cássia dos Coqueiros, por exemplo, não contam com delegados fixos.

"Cada ano que passa, a situação dos policiais em todo o Estado piora", afirmou.

Segundo o cientista político Antônio Flávio Testa, professor da UnB (Universidade de Brasília), as polícias Civil e Militar vivem uma situação de desmotivação causada pelos baixos salários.


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