Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ribeirão

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Faltam obras para evitar perda de água

Nenhuma das dez maiores cidades da região fez melhorias que resultem em mudança significativa com verba própria

Situação crítica se destaca com a estiagem recorde do ano; em duas cidades, o desperdício de água passa de 50%

THOMAZ FERNANDES DE RIBEIRÃO PRETO

O volume de água desperdiçado durante a distribuição supera o índice considerado aceitável nos dez municípios mais populosos da região de Ribeirão Preto.

A seca recorde deste ano expôs o problema que, a depender de verba das prefeituras, continuará existindo.

O volume perdido é de 85,7 milhões de m3/ano, o equivalente a 34,09% do usado para o abastecimento dos municípios. Cinco perdem mais de 36% --média nacional. Especialistas consideram normais índices abaixo de 20%.

Nenhuma das prefeituras ouvidas pela Folha tem feito melhorias que resultem em mudanças de grandes proporções usando somente recursos próprios e ficam na dependência da liberação de projetos no governo federal.

Isso ocorre devido ao alto custo para obras de melhoria e à falta de capacidade de investimento, segundo profissionais da área nas cidades.

Os números constam do relatório nacional de 2012 do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), do Ministério das Cidades. As perdas acontecem por vazamentos em tubulações na rede, seja por excesso de pressão da água ou por tubulações antigas rompidas.

O desperdício também ocorre nos ramais de prédios e na limpeza de reservatórios.

Bebedouro e São Carlos têm perdas superiores à metade da água usada para abastecimento, com 50,57% e 52,23%, respectivamente.

O diretor do Saaeb (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Bebedouro), Gilmar Feltrin, afirmou que estima que Bebedouro diminuiu as perdas para 44%, mas as melhorias na área implicam em repasses federais.

"A troca de tubulação não é barata, temos tentado recursos de programas federais, pois não temos dinheiro para investir em tudo sozinhos", afirmou Feltrin.

DECISÃO POLÍTICA

O diretor da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) de Franca, Rui Engracia, afirmou que a falta de capacidade de investimento dos serviços de água também tem ligação com decisões políticas.

"O preço cobrado pela água nem sempre tem a ver com o custo do serviço, mas com decisões políticas. Com isso, a tarifa fica com preços baixos e as cidades não têm como investir em melhorias", afirmou o diretor.

Melhor entre os dez municípios mais populosos da região, com 60.128 habitantes, Batatais tem o menor índice de perdas, 21,9% --ainda assim, acima do ideal.

O diretor de Planejamento do município, Tadeu Cabete, afirmou que a troca dos hidrômetros antigos e o monitoramento constante permitem a melhoria.

Os medidores de água antigos, segundo ele, perdem precisão e atrapalham na identificação de vazamentos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página