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Adeptos do 'longboard' vivem entre a adrenalina e o perigo
THOMAZ FERNANDES DE RIBEIRÃO PRETOEm cima de um skate desde os 14 anos, Raphael Lopes Barbosa, 32, não para de falar do "companheiro". Há 38 dias se recuperando do acidente que o deixou 14 dias em coma, o rapaz ressalta --para desespero da mãe-- que voltará ao esporte.
A relação entre perigo e paixão pelo skate, sobretudo o "longboard", está presente na vida da maioria dos praticantes. Assim como a coleção de tombos e contusões.
O "longboard" é uma variação do skate mais popular. Com prancha e rodinhas maiores, o equipamento dá mais estabilidade e permite ao dono atingir maiores velocidades sem travar as rodas.
Na falta de local específico para a prática do esporte, em que um atleta chega a atingir 110 km/h, adeptos procuram regiões com ladeiras.
O uso de equipamentos de segurança é quase obrigatório entre a tribo: capacete, luva, joelheira, cotoveleira.
No caso de Barbosa, o equipamento fez falta em 11 de agosto. Ele descia a avenida da Saudade à noite, quando um carro surgiu de uma rua transversal.
Segundo a mãe dele, Erceli Lopes Dutra, 51, o rapaz ficou 32 dias em um hospital, parte em coma.
Barbosa disse que pensa em voltar a andar de skate e que assim que estiver recuperado tentará novamente.
É cada vez maior o número de praticantes ou interessados. São centenas de jovens que se reúnem geralmente aos finais de semana, no bairro Alphaville, em construção.
O amigo de Barbosa, o praticante Guilherme Dall Agnol conta que a adrenalina torna o esporte irresistível.
Gustavo Lisa Almeida, 22, praticante há três anos, disse que, apesar de ser fã da adrenalina das descidas, o skate maior tem um caráter mais "democrático", por permitir que várias pessoas, com pesos e idades diferentes, possam praticar o esporte em virtude da maior estabilidade na prancha.