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Ribeirão

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Ônibus urbano 'coleciona' problemas em três cidades

Em Ribeirão e S. Carlos, contratos são questionados pelo Ministério Público

Para docente da UFSCar, demora para reajuste nas tarifas e gratuidades atrapalham o planejamento

THOMAZ FERNANDES DE RIBEIRÃO PRETO

Empresas de transporte da região de Ribeirão Preto penam na gestão e na manutenção da qualidade do serviço. Em três das maiores cidades, Ribeirão Preto, São Carlos e Araraquara, algumas colecionam processos, inquéritos, dívidas e reclamações.

Em Ribeirão e São Carlos, o transporte é administrado por concessionárias e em ambas há questionamentos do Ministério Público.

Em São Carlos, a Promotoria obteve a proibição da renovação do contrato em função de frota antiga --alguns ônibus têm mais de 20 anos.

O contrato entre a prefeitura e a empresa Athenas Paulista existe já há dez anos e seria renovado por mais dez, mas uma liminar judicial proibiu a renovação do contrato e exigiu a abertura de uma nova licitação.

A empresa continuará provisoriamente com o serviço até uma nova concorrência ser realizada, o que tem não data para ocorrer.

Segundo o promotor Denilson de Souza Freitas, os ônibus deveriam ter, em média, quatro anos de uso, o que não foi cumprido.

"Nosso levantamento mostrou que, dos pouco mais de cem ônibus, 54 tinham mais de dez anos e alguns até 20."

A empresa alegou em juízo que não houve reajustes de tarifa ao longo dos anos, o que freou investimentos.

Já Freitas afirmou que a idade média da frota é descumprida desde o início.

Em Ribeirão Preto, foi necessário assinar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a Promotoria para que os compromissos de contrato saíssem do papel.

O atraso na entrega de melhorias no transporte coletivo fez com que a administração e Ministério Público barrassem o aumento tarifário em julho. Neste sábado, o valor da tarifa subiu de R$ 2,80 para R$ 3,00.

Em Araraquara, a prefeitura decidiu terceirizar parte do transporte, alegando não ter recursos para investir na renovação da frota.

Para o docente do departamento de engenharia da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Archimedes Raia, os problemas de defasagem e baixo investimento não ocorrem só por má gestão.

Segundo ele, a demora para haver reajustes nas tarifas e as gratuidades atrapalham o planejamento. "É possível que haja dificuldade, pois a elevação da tarifa fica abaixo do necessário", afirmou Raia.

Quanto à gratuidade e aos reajustes, ele disse que a manutenção de preços abaixo do necessário para garantir investimentos sofre influência política. "Esta questão precisa ser discutida com maturidade", disse o professor.


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