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Foco

Mesmo com seca, café da Alta Mogiana ganha em qualidade

DE RIBEIRÃO PRETO

Apesar de a estiagem ter derrubado a produção de café no Sudeste do país, a qualidade dos grãos produzidos na região da Alta Mogiana surpreendeu os produtores.

Em um concurso de melhor café das 23 cidades da região da Alta Mogiana, promovido pela AMSC (Associação dos Produtores de Café da Alta Mogiana), das 145 amostras avaliadas, 59 foram classificadas como cafés especiais, ou seja, de alta qualidade.

"Nossa expectativa era de que a estiagem tivesse prejudicado a qualidade dos grãos, que ficaram menores. Por isso, achamos que o número de amostras especiais seria menor", afirmou Gabriel Silva, gestor da AMSC.

As amostras vencedoras foram de lavouras de Cássia (MG), da variedade de café natural, e Pedregulho, da variedade cereja descascado.

Ubion Terra, gerente geral da Fazenda O'Coffee, de Pedregulho, disse que a alta qualidade do café foi mantida devido a um processo rigoroso de seleção dos grãos.

Além disso, segundo Terra, a lavoura conta com irrigação e, por isso, houve redução dos danos da seca.

Das 35 mil sacas produzidas na fazenda, a estimativa é que 70% dos grãos sejam destinados para os cafés especiais, vendidos no exterior e utilizados na cafeteria Octavio Café, em São Paulo.

Em anos com condições meteorológicas favoráveis, 80% dos grãos são usados nos cafés especiais. O restante é vendido para empresas que processam cafés do mercado comum.

"A gente lida com a natureza. Por melhor que seja a preparação, a colheita e o manejo, nunca teremos uma safra com 100% de grãos da melhor qualidade", disse. "Mas, para nossos cafés especiais, só usamos os melhores."

O engenheiro agrônomo Luiz Gustavo Correa, proprietário da fazenda de Cássia, disse que o trabalho adequado de adubação do solo garantiu a qualidade das amostras, já que a chuva foi quase inexistente durante o ano.

"Temos também muito cuidado com o manejo e a secagem do café", afirmou. "A estiagem quebrou nossa safra. Nós prevíamos colher 950 sacas e tivemos só 700."

A preocupação do produtor agora é com a safra do próximo ano. Sem chuvas significativas desde setembro, a florada de 2015 pode ser comprometida, segundo ele.

Estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) aponta que a falta de chuva de dezembro a fevereiro impactou na formação dos frutos, o que fez com que a safra de 2014 ficasse 8% menor do que a do ano passado.

Com a queda na safra, o preço da saca subiu até 51%. Para o próximo ano, ainda sob efeito da estiagem, a Abic (Associação Brasileira das Indústrias de Café) disse não prometer "segurar" a alta do preço do café para o consumidor, como fez em 2014.


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