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Ribeirão

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Na região, só Ribeirão vê dívida crescer

Nos últimos quatro anos, pendências de longo prazo aumentaram 310%, segundo o Ministério da Fazenda

Débitos passaram de R$ 185 mi ao final do 2º quadrimestre de 2008 para R$ 760 mi no mesmo período de 2012

JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

Das quatro maiores cidades da região, só Ribeirão Preto registrou aumento na dívida de longo prazo nos últimos quatro anos. O município viu crescer 310,2% as pendências a serem quitadas, principalmente, com a União.

Levantamento feito pela Folha no site do Ministério da Fazenda aponta que a dívida de Ribeirão passou de R$ 185 milhões, ao final do segundo quadrimestre de 2008, para R$ 760 milhões no mesmo período deste ano.

Isso quer dizer que o limite de endividamento do município pulou de 21,7% (em 2008) para 54,5% (em 2012).

Segundo a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), a dívida municipal não pode ultrapassar 120% da receita líquida. Quanto mais próximo desse teto -chamado limite de endividamento- maior é o débito do município.

Enquanto a dívida de Ribeirão subiu, Araraquara, Franca e São Carlos conseguiram pagar parte dos débitos.

Em São Carlos, o limite de endividamento passou de 35,9% em 2008 para 21,2% em 2012. O secretário da Fazenda, Paulo José de Almeida, fala que é importante manter esse índice cada vez mais baixo para que o município continue obtendo financiamentos do governo federal para a realização de obras.

Quanto menor esse limite, mais fôlego a cidade tem para contrair empréstimos e promover melhorias à população. "A dívida alta só atrapalha e traz problemas às administrações, comprometendo o orçamento", disse.

Almeida comenta ainda que os débitos foram contraídos em gestões passadas.

Sérgio Sakurai, professor de economia da USP Ribeirão, especialista em finanças públicas, diz que dívida não é problema para as cidades, desde que não seja alta.

"[A dívida] Não é problema se o dinheiro usado representa um benefício à população. Se [o financiamento] for destinado a um investimento importante, não pode ser encarado como um prejuízo."

"Por que deixar para beneficiar amanhã se você pode beneficiar hoje?", questiona Sakurai, argumentando que, muitas vezes, é necessário que a prefeitura antecipe recursos e faça dívidas para promover melhorias.

O economista aponta, porém, que uma dívida alta pode comprometer o planejamento de longo prazo.

"Se o valor representar uma parte significativa do orçamento a administração pode ser comprometida. Mas devemos lembrar que é razoável assumir um endividamento se isso gerar um bem-estar para a coletividade."

A Folha enviou questionamentos à assessoria e procurou a Prefeitura de Ribeirão Preto durante duas semanas, mas não obteve retorno.


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