Folha de S.Paulo

Dívida preocupa prefeitos eleitos na região

	Edson Silva/Folhapress
	O prefeito eleito de Barretos, Guilherme Ávila (PSDB), derrotou o atual vice, Mussa Calil, e o ex-prefeito Uebe Rezeck

LEANDRO MARTINS DE RIBEIRÃO PRETO

A situação financeira dos municípios, sobretudo as dívidas que serão herdadas das administrações atuais, é a principal preocupação dos prefeitos eleitos em Barretos e Bebedouro, que tomam posse em pouco menos de um mês, no dia 1º de janeiro.

Nas duas cidades, municípios de porte médio da região de Ribeirão Preto, os futuros prefeitos derrotaram candidatos governistas.

Aos 34 anos de idade, o vereador Guilherme Ávila (PSDB) foi eleito o prefeito mais jovem da história de Barretos ao bater outros seis adversários, incluindo o atual vice, Mussa Calil Neto (PTB).

Ávila diz que, pela situação financeira, sua primeira ação será renegociar dívidas com os credores.

"Vamos chamar todos para uma negociação e iniciar o pagamento de acordo com as possibilidades da prefeitura", afirma o tucano.

Segundo Ávila, um levantamento feito pela equipe de transição de governo mostrou que só os cem maiores credores da prefeitura têm a receber, juntos, R$ 27 milhões.

O valor, no entanto, deve chegar a R$ 80 milhões, diz ele, se forem incluídos todos os credores de curto prazo.

O montante poderá comprometer boa parte do orçamento de 2013, que foi calculado em R$ 340 milhões, mas que, segundo Ávila, pode ter sido superestimado. "Acho difícil saltar de R$ 280 milhões deste ano para R$ 340 milhões [em 2013]", disse.

Entre as prioridades, diz, está a saúde, com foco na atenção básica para reduzir a espera de exames e consultas, além da geração de empregos e do fortalecimento do turismo local -hoje sustentado principalmente pela Festa do Peão de Boiadeiro.

MAIS DÍVIDAS

Em Bebedouro, o advogado Fernando Galvão (DEM) chega ao Executivo em sua segunda tentativa.

Galvão derrotou outros quatro concorrentes, incluindo o atual prefeito João Batista Bianchini (PTB), o Italiano, que buscava a reeleição.

Segundo ele, a prefeitura tem uma dívida de curto prazo de R$ 50 milhões, para um orçamento previsto de R$ 180 milhões em 2013.

"A dívida vai consumir uma parcela muito grande no primeiro momento. Por isso, vamos ter de enxugar a máquina, renegociar as dívidas e estabelecer prioridades."

As metas iniciais, diz Galvão, estão focadas no tripé saúde, infraestrutura e desenvolvimento econômico.

Quanto à saúde, o objetivo é reestruturar o hospital municipal para cortar despesas. Na infraestrutura, haverá investimentos em recuperação asfáltica. Mas ele reconhece que, pelas dívidas, precisará de verbas estadual e federal.

Já no desenvolvimento, Galvão quer incentivar a área de serviços para reduzir a dependência no setor citrícola.