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Megaestudo de DNA mostra semelhanças entre tumores
Resultado de colaboração internacional de pesquisa pode levar a novos tratamentos
Num conjunto monumental de estudos, que envolveu análises de DNA de quase 8.000 tumores, uma equipe internacional afirma ter dado passos importantes para chegar a tratamentos mais racionais contra a doença.
A principal conclusão é que muitas vezes tumores em órgãos diferentes --um localizado na garganta e outro na bexiga, por exemplo-- podem ter perfil genético surpreendentemente parecido.
"Com isso, os oncologistas poderiam aplicar tudo o que sabem a respeito do tratamento de certos tumores de cabeça e pescoço aos 10% dos cânceres de bexiga que têm as mesmas características, por exemplo", diz Josh Stuart, professor de engenharia biomolecular da Universidade da Califórnia em Santa Cruz e um dos autores da nova batelada de pesquisas.
Da mesma maneira, quando novas drogas anticâncer forem testadas, poderá fazer mais sentido agrupar os pacientes pelas alterações no DNA de suas células tumorais, e não pelo órgão afetado pela doença.
Os artigos científicos são produto do projeto internacional TCGA (Atlas do Genoma do Câncer) e estão saindo na revista "Nature Genetics". Até 2015, a meta é analisar 10 mil tumores, ligados a 25 tipos de câncer.
Os novos trabalhos também mostram que um dos fatores mais importantes para o surgimento do câncer pode ser uma falha no "empacotamento" do DNA no núcleo da célula. Esse parece ser um alvo "quente" para pesquisas futuras, dizem os cientistas.