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Aos 73, mulher dá banho e alimenta marido de 81 anos

DE SÃO PAULO

Aos 65 anos, o serralheiro Antonio Bocalini começou a manifestar os primeiros sinais da doença de Alzheimer.

"Eles esquecia as coisas. Fazíamos as compras e logo depois ele chegava com mais sacos das mesmas coisas que tínhamos comprado. Um dia, ele saiu e não se lembrou mais como voltar para casa", lembra a mulher, Joana, 73.

Hoje, aos 81 anos, ele é totalmente dependente da mulher. Com a ajuda da filha, Vera, 53, ela lhe dá banho, troca suas fraldas e o alimenta.

Não que Joana esteja em ótima forma. Ela tem osteoporose e no ano passado quebrou, de uma só vez, os dois fêmures. É hipertensa e, após a doença do marido, desenvolveu depressão.

"É muito difícil. No começo, eu só chorava. Com os remédios [antidepressivos] e as consultas com a psicóloga, fui melhorando", diz ela, que também faz todos os serviços domésticos da casa.

A idosa frequenta o ambulatório de geriatria da Unifesp, onde recebe atendimento médico e psicológico. "Ajuda muito. A psicóloga sempre diz que eu preciso passear mais, me distrair, mas tenho medo de deixá-lo sozinho", diz ela.

A rotina de Joana começa às 6h da manhã e segue até altas horas da noite. Bocalini passa a maior parte do tempo deitado no sofá ou na cadeira de rodas observando a mulher na cozinha.

"Jô, quem está chamando no portão?" "Jô, quero café", "Jô, estou apertado, quero ir ao banheiro". Os pedidos dirigidos à mulher não cessam. E ela vai atendendo um a um. "Cuido dele com amor. Deus vai me dando força", diz.

Mesmo confundindo muitas vezes a mulher com a filha, Bocalini retribui o carinho como pode. No último aniversário, deu a Joana o primeiro pedaço do bolo. (CC)


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