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Nova tecnologia, que exige quatro vezes mais investimentos que a antecessora 3G, foi lançada por uma imposição do governo para a Copa 2014

JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO

Em cinco anos, o Brasil passou da fase 3G para a 4G na telefonia celular, mas ainda há incertezas sobre o futuro do serviço no curto prazo.

As teles foram obrigadas a lançar o 4G por uma imposição do governo para a Copa. As seis sedes dos jogos deveriam estar cobertas até abril deste ano. A meta foi cumprida, e inclui São Paulo.

O problema é que as metas do 3G ainda não foram concluídas (previsão é antecipá-las de 2017 para 2015), e o 4G (passaria de 2019 para 2018) exige até quatro vezes mais investimentos.

Para dar um "refresco", o governo concordou em liberar a faixa dos 700 MHz, utilizada por emissoras de TV, para complementar o oferecimento do 4G, que emprega hoje a frequência de 2,5 GHz.

As faixas de frequência são como avenidas por onde as teles fazem trafegar os sinais.

A faixa de 2,5 GHz, que exige pesados investimentos de infraestrutura (antenas), tem cobertura mais limitada. Por outro lado, como permite o tráfego de mais dados, é a ideal para grandes cidades.

Já a de 700 MHz permite que menos antenas cubram grandes áreas. O problema é que essa faixa está nas mãos das emissoras e só ficará totalmente livre em 2016, quando ocorrerá a migração do sinal analógico para o digital.

O governo já decidiu que as teles ficarão com essa frequência, e um primeiro leilão está previsto para o primeiro trimestre de 2014.

Será o quarto desde que o serviço 3G estreou, em 2008, iniciando a era comercial da internet no celular.

Desta vez, o governo deverá permitir que as teles possam antecipar metas de expansão do 3G usando os 700 MHz, uma forma de estimular novos investimentos.

RENTABILIDADE

Mas há dúvidas de que esse espaço a mais seja o suficiente para fechar a conta das teles. Não há garantias de que a receita gerada pela rede móvel acompanhará o ritmo de expansão do volume de dados consumido, principalmente por vídeos.

Em países desenvolvidos, 80% do consumo de dados via gadgets ocorre em ambientes wi-fi ("hotspots").

Esse comportamento do cliente deve se repetir no Brasil, mas não traz, necessariamente, ganhos para as operadoras que tentam rentabilizar os investimentos feitos na rede móvel.

Algumas operadoras, como a Oi, enxergam nos ambientes wi-fi uma forma de otimizar o uso da rede e economizar investimentos nas estruturas fixas (conexão entre antenas e centrais com fibras ópticas). Até o final deste ano, serão 500 mil pontos de acesso no país.

É uma forma de equilibrar a conta, especialmente em um momento em que os acionistas das operadoras esperam mais rentabilidade e dividendos. Para dar mais ao acionista, é possível que as empresas deem menos ao consumidor. É dessa fórmula que dependerão os preços e as condições dos pacotes não só do 4G, mas do 3G.


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