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Vindo 'do nada', presidente do Kickstarter virou mecenas

Yancey Strickler, que assumiu o cargo há pouco, é cofundador do site de financiamento coletivo que arrecadou total de US$ 1 bilhão

PETER ASPDEN DO “FINANCIAL TIMES”

Yancey Strickler, 35, é presidente-executivo do Kickstarter, a plataforma de financiamento coletivo que gerou US$ 1 bilhão em cinco anos para financiar 60 mil projetos --produzidos tanto por anônimos como por artistas famosos. Agora somos todos patronos das artes.

Na cobertura de uma balada em Londres, um milagre: está quente o suficiente, no início da primavera, para nadar na piscina do local. Strickler, vindo de Nova York para passar alguns dias na cidade, não parece a fim de se juntar à brincadeira aquática.

Um dos cofundadores da empresa, ele assumiu o principal cargo de executivo há pouco, e o ritmo de seu dia parece não incluir tempo ocioso para mergulhos no meio da tarde. Desde que foi indicado, diz, ele faz valer cada minuto do dia, das nove da manhã às oito da noite.

Com mais trabalho, veio uma boa surpresa. "E-mails, que eram o centro da minha vida há seis meses, de repente se tornaram muito menos importantes. Passo quase todo o meu dia em reuniões pessoalmente", diz. "Eu me tornei um ludista."

Strickler fundou a empresa com seus amigos Perry Chen e Charles Adler --cujos nomes ele repete frequentemente com medo de tomar toda a glória para si. O executivo diz que o trio passou longas noites discutindo o projeto, descartando um monte de "ideias realmente ruins".

Porém, uma vez lançado, o Kickstarter se parecia com o que é hoje. "Nunca tivemos que voltar atrás", afirma, referindo-se ao momento comum na vida de uma start-up em que é necessário começar tudo novamente. "A ideia que está aqui agora é a ideia com a qual começamos." Strickler também diz que não há intenção alguma de vender o site.

NOME ESQUISITO

Criado em uma fazenda no Estado de Virginia (EUA), Strickler tem familiares "de classe média-baixa, que não foram à universidade mas têm boa educação". A única coisa para a qual ele ligava, afirma, eram livros.

Após viver "no meio do nada", mudou-se para Nova York e acumulou diversos trabalhos de escrita menos dignos --"uma lição incrível para matar egos"-- antes de se tornar crítico de música da revista "Village Voice".

"Meu maior mérito como crítico é que tenho um nome bastante esquisito, então as pessoas viam a assinatura e nunca mais esqueciam."

Para ele, o surgimento do Kickstarter tem um sentimento quase retrô --compara o site aos 700 financiadores da tradução da "Ilíada", de Homero, feita por Alexander Pope. "Permitiram que ele passasse cinco anos vertendo 16 mil linhas de grego."

Agora o Kickstarter é global. Imagina o site saindo do controle? Strickler hesita. "Buscar controle pode ser perigoso." Dar poder aos usuários é o mais importante, diz.

Ele se lembra da primeira reportagem sobre o projeto. "Um dos apoiadores disse que se sentia um míni-Médici'", diz, referindo-se à família de mecenas mais famosa. "Pensei: É esse o espírito!'."


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