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Simplesmente Byron

Entre famosos e neo-hippies, a rotina pautada pelo verde em Byron Bay, uma das praias mais badaladas da Austrália

ROBERTO DE OLIVEIRA EM BYRON BAY (AUSTRÁLIA)

Descalça, cabelos dreadlocks ao vento, uma garota de bata branca florida sem nada por baixo desce de uma van com desenhos psicodélicos, segurando nas mãos um copo de suco natureba.

Ao pisar na areia branca, parece flanar. Os olhos dela se perdem na imensidão do mar turquesa de Man Beach, a badalada praia de Byron Bay, reduto turístico da Golden Coast, ao norte de Nova Gales do Sul, na Austrália.

O encanto é certo. Só não se sabe se ela está à procura de golfinhos ou de algum dos surfistas, corpos sarados e bronzeados, que se exibem no mar --Byron Bay é a meca dessa turma que se amarra em ondas na Austrália.

A resposta vem no fim do dia, quando, grudada num garotão, a moça deixa a sessão de aromaterapia.

Ela segue para a ioga, ele encosta a prancha na entrada de um centro que mistura budismo com meditação e de onde exala um forte cheiro de incenso misturado a cânabis.

É esse clima zen, meio riponga, que faz de Byron Bay, uma espécie de Saint-Tropez australiana, regada a muita cultura alternativa e apinhada de gente desencanada.

Pense numa pequena cidade à beira-mar, rodeada de praias, morros, parques e cachoeiras --mais ou menos como se misturassem praia do Forte (BA) ou Búzios (RJ) com Visconde de Mauá (RJ) ou Alto Paraíso (GO), na Chapada dos Veadeiros. Isso é Byron!

Ativismo verde, proteção a não humanos, cuidados com o corpo e, é claro, com a mente, pautam a rotina de nativos e forasteiros. Nas praias, um desfile de neo-hippies a jet-setters, descolados do mundo todo, somados à turma ruidosa de adolescentes britânicos.

Quem costuma aparecer por lá é ninguém menos que a atriz Nicole Kidman. Mesmo para quem não teve a sorte de cruzar com a estrela, Byron é uma experiência que guarda outras surpresas como belíssimas praias e natureza absolutamente intocada.

GOLFINHOS E BALEIAS

Um variado cardápio sacia não só quem se amarra em surfe mas também quem curte atividades em caiaques, trilhas por matas e florestas e mergulhos no Pacífico.

Dona de uma fauna riquíssima, Byron é morada de golfinhos que se exibem em alegres piruetas. Diferentes espécies de peixes tropicais coloridos, tartarugas e arraias vivem ali. Até jubartes dão o ar da graça ao longo da costa entre maio e novembro.

De trapézio a surfe, de mergulho a trilhas, passando por asa-delta, a cidade concentra uma agenda turbinada. O mantra é exercitar, seja o corpo, seja a mente. Quer mais? Salto de paraquedas ocorre a 4.500 m de onde se tem uma visão arrebatadora do balneário.

Gingado mais tranquilo rola no centrinho uma vez por mês, quando a cidade organiza os tradicionais mercados comunitários, que, repletos de frutas e plantas, são pontos de encontro de músicos, surfistas, patricinhas, malabaristas e mímicos.

Byron Bay está a cerca de 170 km ao sul da cidade de Brisbane, a capital de Queensland, um dos principais redutos de intercambistas brasileiros em solo australiano.

Graças à topografia recortada, é bem lá, na orla de Byron, que está o ponto continental mais ao leste da Austrália, ou seja, ali fica mais pertinho das Américas.

Na demarcada trilha de acesso ao Farol de Cape Byron, você irá gravitar em torno desse ponto. Lá do alto, uma vista privilegiada de 360 graus das praias, sem contar a imagem do Pacífico a perder no infinito.

No farol, funcionam um pequeno museu e um café. Dali, continue a caminhada ao longo das falésias e praias selvagens. Rumo ao sul de Cape Byron, o Parque Nacional Arakwal, com sua extensa faixa de árvores, emoldura a quase deserta praia de Tallow, sem dúvida a mais fascinante de toda a região.

O viajante retorna da aventura pela mata, que é completamente sinalizada e de fácil caminhada. Ao aportar em "terra firme", bate uma sensação danada de que era possível encarar um pouco mais.

Calorias se perderam nessa longa jornada, então a hora é de decidir onde recarregar as baterias em meio à profusão gastronômica que vai além de pratos orgânicos e cardápios veganos.

Byron recebe muita influência da cozinha asiática, mas os restaurantes de lá se traduzem em diferentes etnias que pintam no dobrar de cada esquina.

Simpáticos bistrôs servem de peixes e frutos do mar a bifões caprichados, opções tanto para paladares apurados quanto para bolso raso.

Hippie ou chique, careta ou doidão, pouco importa. Byron combina as mais diversas filosofias de vida em meio à abundância da natureza para revigorar o corpo, a mente e a alma. Resta-nos encarar aquele marzão com os pés descalços na areia e ver a vida passar. Sem presa!


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