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Nova York

Playground high-tech ensina matemática

Frequentado por crianças e adultos, MoMath, em Manhattan, é o primeiro museu dedicado ao tema nos EUA

Matemático levantou US$ 22 milhões para criar o museu, com patrocínio de fundações e empresas

Seth Wenig/Associated Press
Em uma das atrações interativas do museu, as figuras geométricas mudam de acordo com o movimento das crianças
Em uma das atrações interativas do museu, as figuras geométricas mudam de acordo com o movimento das crianças
RAUL JUSTE LORES DE NOVA YORK

As crianças correm de um lado para o outro, andam em triciclos, pulam em plataformas com luzes que reagem aos seus passos, mexem em quebra-cabeças gigantes.

Uma legião de pais e avós acompanham sem muita intimidade as brincadeiras. Parece um playground high-tech, mas é o primeiro museu dedicado à matemática nos Estados Unidos.

O Museu Nacional da Matemática, chamado de MoMath (citando o nome do famoso MoMa, o grande museu de arte moderna de Nova York), pretende reconciliar crianças e seus pais com os prazeres da matemática.

Os pequenos visitantes podem andar em um triciclo com rodas quadradas, que é pedalado sobre uma superfície de arcos circulares.

Ou podem mudar os níveis de uma pista de corrida para cima ou para baixo e ver como isso interfere na trajetória dos carrinhos ao chegarem às novas curvas.

Um painel tem um quebra-cabeças gigante feito por centenas de peças em formato de macaco e dinossauro -no dia da visita da Folha ao museu, crianças de três anos se aventuravam a tentar achar os possíveis encaixes.

Ao lado de cada um dos "brinquedos", há uma tela sensível ao toque que vai explicando os princípios matemáticos de cada jogo -para alívio dos pais à procura de explicações.

ADEUS, INVESTIMENTOS

O museu nasceu a partir de uma exposição itinerante iniciada em 2009 com brinquedos e jogos em um festival científico -ideia do matemático Glen Whitney, 43.

Formado em Harvard, ele trabalhou anos como analista de algoritmos em um fundo de investimentos. Largou tudo e levantou os US$ 22 milhões (R$ 44,7 milhões) para criar o museu, com o patrocínio de 20 fundações e de empresas como o Google.

"O público-alvo do museu era de nove a 13 anos, mas acabamos criando atrações para os de quatro, cinco, seis anos", conta Whitney.

"Nas avaliações internacionais, as crianças americanas se saem bem dos cinco aos nove anos, mas depois disso, nosso desempenho é medíocre. Em algum momento da socialização ou da pré-adolescência, a matemática deixa de ser legal", conta.

Para ele, boa parte dos 30 brinquedos e jogos que ocupam os dois andares no museu, que fica na Madison Square, em Manhattan, podem ser utilizados tanto por pais quanto por filhos.

"As crianças são muito sensíveis aos hábitos dos adultos. Se os pais se sentem intimidados ou desprezam matemática, é difícil não influenciar os filhos", diz Whitney, que ajudou a organizar torneios de matemática na escola de suas duas filhas quando elas eram pequenas.

ZUCKERBERG

Ele acha que o momento é oportuno para o sucesso do museu, que estava lotado na sexta-feira passada. "Com o sucesso do seriado 'The Big Bang Theory' e do Mark Zuckerberg, agora temos o nerd-chique", brinca Whitney.

Pais e crianças compram e retiram seus ingressos em máquinas parecidas com as que emitem as passagens no metrô de Nova York.

A entrada para o museu é um crachá, no qual já está registrada a idade da criança, seu nível de conhecimento de matemática ou se fala espanhol -os crachás são lidos em várias máquinas antes de se brincar.

Uma vez por mês, o museu promove o "Encontro com a Matemática", com profissionais de diversas áreas. Em fevereiro, uma professora de arte vai falar sobre o trabalho de M. C. Escher.

Em março, o chefe de pesquisa da Pixar, Tony DeRose, vai explicar o que a matemática tem a ver com a animação do estúdio responsável por filmes como "Toy Story", "Up" e "Procurando Nemo".

Totalmente nerd-chique.


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