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Chicago
Museu reúne curiosidades da medicina
Instituição voltada para a ciência cirúrgica tem itens como mesa ginecológica de 1900 e kit de lobotomia de 1930
Crânios perfurados e calcificados estão à mostra; caixa óssea era aberta na Antiguidade para aliviar a dor
Para dor de cabeça, existem os analgésicos, todo mundo sabe.
Mas nem sempre foi assim. No Museu Internacional da Ciência Cirúrgica (IMSS), de Chicago, aprendemos que para aliviar esse tipo de sofrimento, na Antiguidade, nada como a trepanação.
A técnica consistia em abrir um buraco no crânio para, acreditavam firmemente os médicos, aliviar a pressão que causava a dor.
O mais maluco é pensar que muitos pacientes sobreviviam. A prova está no museu: crânios de diferentes períodos com sinais de calcificação pós-perfuração.
Lá também estão instrumentos de diferentes períodos históricos, até mesmo um kit de lobotomia de 1930.
Sediado em uma mansão de 1917 inspirada em um "chateau" de Versalhes, o IMSS é organizado seguindo as especialidades médicas. Traz outros itens curiosos para quem é alheio à medicina, como um espéculo vaginal usado na Roma Antiga e uma mesa ginecológica de 1900.
No cômodo dedicado à oftalmologia, destacam-se os óculos voltados para a caça, com lentes âmbar e desfocadas perifericamente para garantir melhor visão, e próteses de olhos, com seus moldes e instrumentos de conservação -pequenas banheiras para a higiene diária.
Mas talvez o mais surpreendente seja o pulmão de aço, localizado na sala que conta a história do combate à poliomielite.
O aparelho lembra uma câmara de bronzeamento artificial que, em vez de dar nova cor à pele, exerce pressão para expandir a caixa torácica do paciente, auxiliando na respiração. Diz o museu que ainda funciona.