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Teerã

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Joias dos monarcas do Irã brilham dentro de bunker

Museu na capital do país tem algumas das peças mais valiosas do mundo

Um dos destaques é a coroa da última rainha do Irã, que possui 34 rubis, 36 esmeraldas
e 1.469 diamantes

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

Na entrada do prédio há um raio-x para checar bolsas e mochilas. Todos os pertences, incluindo celulares e câmeras, devem ser deixados na bilheteria.

Sob o olhar dos seguranças, visitantes passam então por detectores de metal e descem uma escada até chegar a um bunker cujo único acesso é uma porta de aço de quase um metro de espessura.

O Museu Nacional das Joias do Irã, no subsolo da antiga sede do Banco Central, abriga algumas das peças e pedras mais valiosas do mundo. É tido por vários guias de viagem como a melhor atração turística de Teerã.

A escuridão da sala realça o brilho das peças, que cintilam por trás das paredes de vidro que as protegem. O olhar se perde em meio a tantos objetos chamativos.

A coroa de Farah Diba, mulher do xá deposto Reza Pahlevi e última rainha do Irã, tem 34 rubis, 36 esmeraldas e 1.469 diamantes. Foi encomendada ao joalheiro francês Van Cleef & Arpels e entregue em 1967, 12 anos antes da Revolução Islâmica.

O Globo de Joias, construído por capricho do rei Nasser-ed-Din no século 19, é uma bola de ouro maciço de 34 quilos coberta por 51 mil brilhantes.

Os destaques entre as peças individuais são um diamante rosa de 182 quilates do tamanho de uma caixa de fósforo, tido como um dos maiores do mundo, e um raríssimo diamante vermelho.

A coleção inclui ainda roupas, enfeites de ouro para cavalos (!) e caixinhas cobertas por brilhantes, usadas para guardar joias ou pós entorpecentes que eram inalados pelos reis da Pérsia.

O museu se recusa a estimar o valor do acervo. "Não há oferta nem demanda, por isso não se pode definir um preço", disse um representante à Folha.

O manual multilíngue vendido aos visitantes, que também podem pedir auxílio a um guia local, não esconde que a coleção é fruto de guerras, invasões e pilhagens. Mas exime o atual regime islâmico, autorretratado como mais virtuoso que as monarquias que o antecederam.

"Por um lado, esse tesouro retrata a cultura e civilização do povo iraniano que teve um passado aventureiro e, por outro, ecoa as lágrimas do povo oprimido que trabalhou duro, ao contrário dos seus dirigentes, que desfilavam arrogância [...] com seu ouro e joias."


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