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Carga é a grande inimiga dos sedãs 1.0
Avaliação mostra que, apesar dos porta-malas generosos, peso extra torna populares pouco indicados para viagens
Na pista, Logan "cheio" levou 10s a mais para completar uma simulação de ultrapassagem
No fim da década de 1990, as grandes fabricantes começaram a oferecer carros familiares com motores 1.0 sob o capô. Havia opções que iam do Chevrolet Corsa Sedan até o furgão Renault Kangoo, todos com potência próxima a 60 cv. Era o primeiro degrau para famílias que precisavam de mais espaço que o oferecido pelos hatches compactos.
Hoje, os populares com porta-malas amplos estão maiores e ganharam potência. Contudo, os cavalos a mais não são suficientes para garantir um bom comportamento na estrada, como mostra o teste Folha-Mauá.
A avaliação foi feita com o Renault Logan (80 cv), que apresenta o melhor torque da categoria. Essa medida de força é a mais importante nas arrancadas e nas ultrapassagens, situações em que os carros "mil" mais sofrem.
Com apenas o motorista a bordo, o desempenho foi suficiente para acompanhar o trânsito urbano sem sufoco. Mas com carga máxima (pouco menos de 450 quilos), o sedã arrastou-se pela pista de testes e também por trechos da rodovia dos Imigrantes.
Ou seja: apesar do espaço abundante, os sedãs 1.0 pedem mais cautela ao volante, principalmente ao pegar trechos de rodovia.
"Tenho que trocar as marchas constantemente quando faço viagens com o carro cheio, e mesmo assim há uma grande perda de velocidade nas subidas", diz a fisioterapeuta Francielen de Carvalho Campion, 25, dona de um Chevrolet Prisma ano 2010 (77 cv). Por isso ela prefere viajar com o outro Prisma da família, que tem motor 1.4 (97 cv).
O peso adicional também sobrecarrega o sistema de embreagem dos sedãs 1.0 em aclives e implica novos hábitos ao volante e menos pressa para chegar ao destino.