Folha de S.Paulo

O ano do turbo

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	O BMW M5 4.4 biturbo (560 cv) foi o modelo mais rápido testado em 2012: acelerou de 0 a 100 km/h em 4,5s

EDUARDO SODRÉ EDITOR-ADJUNTO DE “VEÍCULOS”

A história dos carros de passeio turbinados no Brasil pode ser resumida em poucas linhas. Os modelos nacionais mais relevantes surgiram na década de 1990 (os Fiat Uno, Tempra e Marea) e no início dos anos 2000, quando o Gol 1.0 Turbo foi lançado. Houve ainda alguns raros importados. Hoje, o que era exceção está virando regra.

Dos 82 carros que passaram pelo teste Folha-Mauá neste ano, 31 eram turbinados. A conta inclui também os utilitários movidos a diesel, com motores pensados para consumir pouco e, por consequência, poluir menos.

FORÇA E ECONOMIA

A lógica se mantém nos modelos movidos a gasolina. Basta ver o que aconteceu na categoria esportivos.

O automóvel mais econômico do segmento foi o Citroën DS3, com médias de 11,6 km/l na cidade e 17,5 km/l na estrada.

No geral, o modelo ficou em terceiro lugar nas medições de consumo, atrás de compactos como o Toyota Etios hatch 1.3 (12,8 km/l no ciclo urbano, com gasolina) e o Nissan Versa (18,1 km/l no circuito rodoviário), os primeiros colocados.

O DS3 tem motor 1.6 turbo (165 cv), o mesmo usado em modelos como o BMW 118i e o Peugeot 508.

A supremacia do turbo também é comprovada nos números de desempenho. Na categoria Luxo, por exemplo, o único carro de motor aspirado a conseguir superar os turbinados em um quesito foi o Toyota Camry 3.5 V6, o melhor na prova de retomada. O sedã acelerou de 80 km/h a 120 km/h em 4,3s.

O carro mais rápido do ano foi o BMW M5, que chegou na penúltima semana de testes. O sedã de 1.945 quilos acelerou de 0 a 100 km/h em 4,5s. O esportivo alemão tem motor 4.4 V8 biturbo (560 cv).

Até a sóbria categoria dos sedãs médios foi dominada por um modelo turbinado. O Ford Fusion 2.0 EcoBoost levou a melhor nas provas de desempenho. No item consumo, a vitória foi do Honda Civic LXL com câmbio manual.

Diante do que ocorreu em 2012, é fácil pensar que, em um futuro não muito distante, a maioria dos carros testados serão turbinados.

Isso acontecerá quando os novos motores turbo de baixa cilindrada (até 1.0) chegarem ao mercado brasileiro, o que está previsto para começar em 2015. Volkswagen, Ford e Fiat já têm projetos avançados nessa área.

Motores 1.6 flex, por exemplo, serão substituídos pelos 1.0 turbo que também aceitarão etanol e gasolina. A pista de testes já está pronta para recebê-los.