Em quatro detalhes, tudo o que se precisa saber sobre a Flip

Edição 2018 da Festa Literária Internacional de Paraty foi pródiga em causos e frases de efeito

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Paraty

Tudo o que você queria saber sobre a Flip e tinha vergonha de perguntar:

1) Durante os cinco dias do festival literário, encerrado no domingo (29), Paraty esteve para os tarados por literatura como o Leblon para groupies de celebridades. Escritores dando mole nas ruas de pedra, convidados virando cachaça nas festas como se água que passarinho bebe fosse.

2) Já as observações a seguir os autores fizeram nas mesas. A russa Liudmila Petruchévskaia ama gatinhos “de paixão”. Sérgio Sant’Anna quer um Brasil com “mais leitores e menos escritores”. 
Hilda Hilst, homenageada, une “metafísica e putaria” como ninguém, opina a crítica literária Eliane Robert Moraes.

A compositora Jocy de Oliveira desafia quem acha mais fácil completar um cubo mágico num blecaute do que decifrar sua música experimental. Vai tentar dizer o mesmo das artes plásticas: “Alguém é capaz de dizer ‘não entendo nada’ de um Picasso? Duvido. Por mais que não entendam, não vão dar o braço a torcer”.

3) Ruy Castro graceja que tentar falar com os mortos, hobby de Hilda, é um troço “profundamente antihigiênico”. E ainda faz galhofa: diz que conseguiu contato com a autora das botas batidas 14 anos atrás. “Alô, Hilda?” “Não fode, Ruy!” Pausa dramática e o veredicto: “Ela estava com a voz meio viscosa”.

Isso Ruy contou depois do café da manhã com pizza de calabresa na pousada onde a equipe da Folha se hospedou para o festival, a mesma onde Monja Coen descansava antes de aconselhar o público da Casa Folha a “lidar com a morte de uma forma diferente”.

4) É o poeta Ricardo Domeneck quem dá o puxão de orelha.

“O jornalismo cultural tem a obrigação de ser investigativo. Essa ideia de só escrever sobre algo se houver um gancho, o centenário de livro tal… Não pode depender disso. Precisa descobrir o que há de melhor, mesmo que isso aconteça numa cidade minúscula do país.”

Mãos à obra.

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