O deputado federal Alan Rick (DEM-AC) postou há alguns dias, no Facebook, uma nota de repúdio à série animada brasileira "Super Drags", da Netflix. Pabllo Vittar faz voz e assina a trilha sonora da animação, que tem estreia prevista para sexta-feira (9).
Com o título "repúdio a desenho animado de conotação sexual", o texto do parlamentar diz: "Estamos presenciando mais um ataque às nossas crianças: o lançamento de um desenho animado adulto chamado 'Super Drags', da Netflix. O desenho, que nos parece uma paródia de 'As Meninas Superpoderosas', este, sim, um desenho infantil, retrata a vida de homens que se vestem de mulher para 'salvar o mundo' (...) A lei brasileira determina que é tarefa da família a formação moral de crianças e adolescentes (...). Essa formação tem reflexos imediatos no comportamento de crianças e adolescentes. (...) O que estamos vivenciando e confrontando no Congresso são tentativas sórdidas de influenciar sexualmente nossas crianças".
A animação tem classificação indicativa de 16 anos. No primeiro dos cinco episódios, Lady Elza, a vilã do desenho animado, trama um atentado ao público do show da cantora Goldiva, que tem voz de Pabllo Vittar. A artista também assina a música de abertura, cujo videoclipe será lançado em breve.
O roteiro da atração teve consultoria da drag queen Suzy Brasil e seus autores se inspiraram na pioneira Silvetty Montilla, uma das vozes da série.
Na sexta (2), a Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família se manifestou contra "Super Drags". O deputado federal Diego Garcia (Podemos), que tem base eleitoral no Paraná e preside a frente na Câmara dos Deputados, assinou nota com Alan Rick.
No documento, os deputados pedem o aumento da classificação indicativa da animação. Alegam estar "claro" que a série apresenta "situações sexuais complexas/de forte impacto: sexo com incesto, sexo grupal, fetiches violentos e pornografia em geral".
Procurada, a Netflix disse que "oferece uma grande variedade de conteúdos para todos os gostos e preferências. 'Super Drags' é uma série de animação para uma audiência adulta e não estará disponível na plataforma infantil. A seção dedicada às crianças, combinada com o recurso de controlar o acesso aos nossos títulos, faz com que pais confiem em nosso serviço como um espaço seguro e apropriado para os seus filhos. As crianças podem acessar apenas o nosso catálogo infantil, e colocamos o controle nas mãos dos pais sobre quando e a que tipo de conteúdo seus filhos podem assistir".
Nos comentários da publicação do deputado federal em sua rede social, boa parte do usuários também reclama da iniciativa.
"Como o senhor mesmo afirmou, é um desenho animado para adultos, logo não assista nem mostre aos seus filhos. Deixe para as pessoas de mente aberta e adultas assistirem", afirma um deles.
"14 anos é maduro o suficiente pra responder criminalmente como adulto, mas para assistir um desenho de superhero[inas drag só depois dos 18 anos", comenta outro.
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