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13/03/2013 - 17h33

Novo papa, cardeal argentino combateu FMI e é acusado de ajudar ditador

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DE SÃO PAULO

O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, agora papa Francisco, passa por vários questionamentos em seu país por frases polêmicas em relação a temas políticos e é acusado de envolvimento com a última ditadura militar (1976-1983).

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Quando era arcebispo de Buenos Aires, em 2002, o novo pontífice disse que os argentinos deveriam parar de "rezar" para o FMI (Fundo Monetário Internacional) porque isso não ajuda o país a se recuperar de sua maior crise da história.

Na época, ele considerou que o pedido de ajuda não resolveria os problemas do país, que na época tentava um acordo com o fundo, que não chegou. "Não vamos a lugar nenhum [com a ajuda externa], simplesmente nos endividaríamos ainda mais", disse.

Dias antes, ele havia dito, na cerimônia da Revolução de Maio, Bergoglio disse que a Argentina estava "à beira da dissolução nacional". Na ocasião, ele não se importou com a presença do então presidente Eduardo Duhalde e afirmou que a classe política deveria ser um pouco menos "egoísta".

DITADURA

Em 2005, o jornalista Horacio Verbitsky acusou o então arcebispo de ter contribuído para a detenção, em 1976, pelas Forças Armadas, de dois sacerdotes que trabalhavam sob seu comando na Companhia de Jesus, Francisco Jalics e Orlando Yorio. A história foi registrada no livro "El Silencio".

A acusação não é inédita. Rumores sobre uma suposta colaboração de Bergoglio com a ditadura já haviam sido ventilados na Argentina por críticos do perfil conservador do cardeal. É a primeira vez, no entanto, que se publicava um registro oficial da atuação de Bergoglio no episódio.

Verbitsky obteve nos arquivos do Ministério das Relações Exteriores e Culto da Argentina um documento de 1979 em que o então diretor de Culto Católico do órgão, Anselmo Orcoyen, afirma ter sido informado por Bergoglio das "suspeitas de contato com guerrilheiros" e dos "conflitos de obediência" envolvendo o sacerdote de origem húngara Jalics.

Bergoglio teria feito esses comentários oralmente ao entregar por escrito um pedido para renovação do passaporte argentino de Jalics, que, assim como Yorio, foi libertado em 1976. O pedido de renovação do passaporte foi negado com base nos antecedentes do religioso informados verbalmente. Verbitsky narrou esses fatos num capítulo do livro chamado de "As Duas Faces do Cardeal".

Bergoglio aceitou falar com o escritor durante a preparação do livro. O cardeal negou que tenha colaborado com a ditadura e disse que, ao contrário, agira para tentar salvar os sacerdotes enquanto estavam presos na Esma, a Escola de Mecânica da Armada, local de extermínio do regime militar.

 

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