A rainha Elizabeth 2ª inaugurou o ano legislativo britânico nesta quarta-feira (21) ao discursar à Câmara dos Comuns, em um dia que será marcado por desafios ao governo da primeira-ministra conservadora, Theresa May.
O discurso da rainha, por tradição, apresenta o programa legislativo para os meses seguintes. O texto é escrito pelo governo e proferido pela monarca –Elizabeth falou sentada em um trono, de óculos, lendo de um livreto.
Nos próximos dias, a Câmara dos Comuns deve debater e votar para aprovar ou não os planos para o ano, um processo que é considerado como uma espécie de voto de confiança no governo. Ser derrotado indica que não há apoio o suficiente.
Vem daí o desafio a Theresa May, cujo Partido Conservador não obteve a maioria parlamentar nas eleições gerais deste mês –com 318 cadeiras numa Casa de 650, ficaram faltando oito assentos. Ela depende de seu aliado norte-irlandês, o DUP (Partido Unionista Democrático), para aprovar o programa.
Tem havido porém atrito entre os partidos, e a aliança ainda não está selada, razão pela qual May corre um risco ao apresentar seus planos legislativos sem ter garantido antes o apoio da Câmara.
O DUP deve exigir uma série de contrapartidas por seu apoio, incluindo um incremento nos fundos do NHS (sistema nacional de saúde).
PRÍNCIPE PHILIP
A inauguração do ano parlamentar pelo monarca britânico é uma tradição que remonta ao menos ao século 16, e existe com as cerimônias atuais desde 1852. Costuma haver um por ano. Esta foi a 64ª vez em que Elizabeth fez o discurso. Ela esteve ausente em 1959 e 1963.
Era esperado que seu marido Philip, o duque de Edimburgo, participasse da cerimônia. Ele foi, porém, internado como "medida de precaução" para tratar uma infecção. Não foram dados mais detalhes sobre sua situação. O príncipe Philip, 96, aposentou-se em maio de suas funções públicas.
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