Descrição de chapéu Rainha Elizabeth 2ª Rússia

Funeral de Elizabeth 2ª juntará líderes democráticos e ditadores; saiba quem vai

Alvo de sanções, Rússia foi um dos poucos países que não foram convidados para o evento

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São Paulo

Além das centenas de milhares de britânicos e turistas que prometem parar a capital inglesa para chorar a morte da rainha Elizabeth 2ª, cerca 500 convidados devem prestar pessoalmente suas condolências à família real no funeral da soberana na próxima segunda-feira (19).

Caixão da rainha Elizabeth 2ª é exibido no Westminster Hall, no Palácio de Westminster, em Londres - Yui Mok - 15.set.22/AFP

Uma fonte da chancelaria britânica afirmou que quase 200 países e territórios terão algum tipo de representação no evento, sendo metade deles chefes de Estado. Entre os que já confirmaram presença estão o presidente americano, Joe Biden, acompanhado da primeira-dama, e o brasileiro Jair Bolsonaro (PL), que no mesmo dia voa para Nova York para participar da Assembleia-Geral da ONU.

Além deles, vão comparecer os presidentes Emmanuel Macron (França), Frank-Walter Steinmeier (Alemanha) e Yoon Suk-Yeol (Coreia do Sul), além de líderes de vários dos países da Commonwealth, como o premiê Justin Trudeau (Canadá), a primeira-ministra Jacinda Ardern (Nova Zelândia) e a presidente Droupadi Murmu (Índia).

O Vaticano afirmou em nota divulgada nesta sexta (16) que o papa Francisco não comparecerá pessoalmente, mas enviará um representante.

A realeza europeia, que em muitos casos tem elos de sangue com a família real britânica, também vai marcar presença. Os monarcas da Bélgica, da Holanda e da Noruega anunciaram que estarão no funeral, e até o rei emérito da Espanha, Juan Carlos, anunciou que furará o exílio nos Emirados Árabes para ir à cerimônia.

Do Japão, vem o casal imperial Naruhito e Masako, em sua primeira viagem internacional desde que ascenderam ao trono —será uma rara aparição da discreta imperatriz.

Alguns dos convites de certa forma surpreenderam a comunidade internacional, por se destinarem a líderes de ditaduras ou regimes autoritários. Foram chamados, por exemplo, o chinês Xi Jinping, o norte-coreano Kim Jong-un e o nicaraguense Daniel Ortega. Enquanto o primeiro enviará para o evento seu vice Wang Qishan, os outros dois serão representados por funcionários de suas respectivas embaixadas.

O turco Recep Tayyip Erdogan também foi convidado e deve comparecer ao funeral pessoalmente.

Outros convites também prometem despertar protestos em Londres e já rendem críticas de ativistas de direitos humanos —a exemplo da possível ida do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, acusado de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, colaborador do jornal The Washington Post.

Os que amargam o fato de terem ficado de fora da lista são sobretudo países alvos de sanções impostas por Londres ou seus aliados no Ocidente. É o caso da Belarus e da Rússia, por óbvio excluídas devido à Guerra da Ucrânia. Nesta quinta, a chancelaria de Moscou chamou o fato de imoral e desrespeitoso à memória de Elizabeth 2ª, acusando o "uso geopolítico do funeral".

O Irã, penalizado por causa de seu programa nuclear, será exceção a essa regra e se fará representado por embaixadores. Síria e Venezuela, que não mantêm relações diplomáticas com o Reino Unido, também não foram chamados, assim como o Afeganistão, sob domínio do Talibã, e Mianmar, que tem uma junta militar ditatorial no poder.

Os que conseguiram um convite para o evento terão de se deslocar juntos para a Abadia de Westminster na segunda (19). Todos deverão se encontrar no Hospital Real, no oeste de Londres, e seguir em algum tipo de transporte coletivo que será oferecido pela família real e pelo governo britânico.

A expectativa é de que o feriado pare a capital inglesa, com milhões de pessoas nas ruas e interrupção de trânsito em vias públicas centrais.

Antes do funeral, no domingo (18), os chefes de Estado poderão comparecer a uma recepção oficial organizada pelo rei Charles e pela rainha consorte, Camilla, no Palácio de Buckingham. Os convidados também poderão visitar o local onde repousa o corpo da rainha, no Salão de Westminster. Diplomatas têm reforçado que os líderes e acompanhantes devem usar trajes formais, em tom escuro —militares poderão estar de uniforme.

Com Reuters

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