Premiê do Reino Unido promete R$ 500 mi ao Fundo Amazônia em reunião com Lula

Compromisso foi pautado por Rishi Sunak durante visita oficial do presidente brasileiro a Londres

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Londres

O premiê do Reino Unido, Rishi Sunak, comprometeu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a contribuir com o Fundo Amazônia, um mecanismo de recompensa por preservação ambiental.

Segundo o governo brasileiro, o montante mencionado por Sunak gira em torno de £ 80 milhões (R$ 500 milhões). Recentemente, os EUA afirmaram que pagarão US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) ao Brasil, nos próximos cinco anos, dentro do mesmo programa, que já conta com o aportes de Alemanha e Noruega.

O premiê britânico, Rishi Sunak, recebe o presidente Lula no número 10 de Downing Street, em Londre
O premiê britânico, Rishi Sunak, recebe o presidente Lula no número 10 de Downing Street, em Londres - Daniel Leal/AFP

A fala de Sunak ocorreu em reunião entre os líderes em Downing Street, sede do governo britânico, em Londres, nesta sexta (5). O petista está no país para a coroação do rei Charles 3º. Após a reunião com Sunak, ele deve ir a uma recepção para líderes globais oferecida no Palácio de Buckingham.

O encontro com Sunak durou 50 minutos e, além da agenda ambiental, o premiê falou em aumentar o comércio entre os dois países e em recolocar o Brasil no debate internacional, após o apagão diplomático promovido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Outro assunto programado era a Guerra da Ucrânia.

Antes da chegada do brasileiro, dezenas de manifestantes pró e contra o presidente gritavam uns contra os outros na entrada da rua. "Lula ladrão, seu lugar é na prisão" se alternavam a "olê, olê, olá, Lula, Lula".

O líder brasileiro chegou às 15h58, mas ele e sua comitiva aguardaram dentro dos carros por dois minutos para desceram exatamente às 16h. Com a mesma pontualidade britânica, o primeiro-ministro britânico saiu para recebê-lo. Pararam poucos segundos para fotos e entraram para a reunião.

No sábado, Lula estará na Abadia de Westminster, em meio a 2.200 convidados que acompanharão por cerca de duas horas, a partir das 11h (7h em Brasília) a cerimônia de coroação do rei e da rainha Camilla. Charles 3º, 74, tornou-se rei em setembro, após a morte de sua mãe, Elizabeth 2ª, aos 96 anos.

Uma pequena recepção deve acontecer depois da coroação, já que os convidados da abadia terão de esperar algum tempo até que a procissão de Charles, de volta a Buckingham, aconteça e as 2.200 pessoas possam sair. Às 15h30 (11h30 em Brasília), uma entrevista coletiva para a mídia brasileira está prevista, mas ainda não confirmada. O avião de volta está programado para decolar às 19h, no horário local.

Na Câmara dos Comuns, perto do local da reunião, os parlamentares do Partido Conservador, o mesmo de Sunak, lamentavam as derrotas nas eleições locais. O pleito de meio de mandato costuma ser o último teste de popularidade antes da próxima votação nacional —neste caso, prevista para janeiro de 2025.

A eleição seleciona cerca de 8.000 candidatos para os governos locais, responsáveis pelo funcionamento de serviços como coleta de lixo e educação. O partido de Sunak perdeu para os trabalhistas assentos-chave no norte e no sul da Inglaterra, enquanto os liberais democratas avançaram nas partes mais ricas do sul. O premiê, porém, disse ser cedo para tirar conclusões, já que as contagens ainda não acabaram.

Por enquanto, os conservadores perderam 460 assentos, enquanto os trabalhistas ganharam 260, e os liberais democratas, 143. Após a divulgação dos resultados, os trabalhistas disseram que estão no caminho certo para vencer as próximas eleições gerais. Uma projeção da emissora Sky News indica que os trabalhistas podem obter de 36% a 38% dos votos, contra 28% a 30% dos conservadores.

"Sem rodeios, sem brilho. Resultado terrível", disse Justin Tomlinson, advogado conservador no Parlamento por Swindon North. "O partido precisa tomar isso como um alerta para se renovar."

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