Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Ministro de Israel descreve plano secreto para aumentar controle sobre Cisjordânia

Em áudio, Bezalel Smotrich sugere que objetivo é impedir que região se torne parte de um Estado palestino

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Natan Odenheimer Ronen Bergman Patrick Kingsley
The New York Times

Um integrante da coalizão do premiê Binyamin Netanyahu disse a colonos na Cisjordânia ocupada que o governo de Israel está envolvido em um esforço sigiloso para mudar de forma irreversível a maneira como o território é governado. Segundo ele, o plano prevê mais controle de Tel Aviv sobre a região.

Em áudio, o ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, pode ser ouvido sugerindo, em evento privado no início deste mês, que o objetivo era impedir que a Cisjordânia se tornasse parte de um Estado palestino.

Edifícios em construção no assentamento israelense Eli, na Cisjordânia
Edifícios em construção no assentamento israelense Eli, na Cisjordânia - Avishag Shaar-Yashuv - 22.dez.23/The New York Times

Embora não seja segredo que Smotrich se oponha às propostas para ceder o controle sobre a Cisjordânia, o posicionamento oficial do governo israelense é que o status da região permanece aberto a negociações entre líderes israelenses e palestinos.

O Supremo Tribunal de Israel decidiu que o controle de Tel Aviv sobre o território equivale a uma ocupação militar temporária supervisionada por generais do Exército, não a uma anexação permanente administrada por funcionários civis israelenses.

A fala de Smotrich ocorreu 9 de junho, em um encontro na Cisjordânia. No evento, o oficial apresentou um programa orquestrado para retirar a autoridade na região das mãos do Exército israelense e entregá-la a civis que trabalham para ele no Ministério da Defesa. Partes do plano já foram introduzidas nos últimos 18 meses, e alguns dos cargos ocupados já foram transferidos para civis.

"Será mais fácil de aceitar no contexto internacional e legal", disse Smotrich. "Para que não digam que estamos fazendo uma anexação aqui."

Israel assumiu o controle do território em 1967 durante uma guerra contra três Estados árabes. Desde então, Tel Aviv assentou mais de 500 mil civis do país ao lado dos cerca de 3 milhões de palestinos do território, que estão sujeitos à lei militar israelense.

Aproximadamente 40% do território é administrado pela Autoridade Palestina, um órgão palestino semiautônomo que depende da cooperação de Israel para grande parte de seu financiamento.

Por décadas, o Supremo Tribunal de Israel descreveu o controle de Tel Aviv sobre o território como uma ocupação militar, supervisionada por um general sênior, que está em conformidade com as leis internacionais aplicáveis a territórios ocupados.

A coalizão do governo atual contesta o termo ocupação, mas também nega que a Cisjordânia tenha sido anexada permanentemente e colocada sob controle soberano das autoridades civis de Israel.

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