Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Hezbollah diz ter lançado mais de 200 foguetes contra Israel após morte de comandante

Na quarta, Tel Aviv reivindicou ter matado Muhammad Neamah Naser, um dos principais líderes do grupo libanês

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Dubai | Reuters

O grupo extremista libanês Hezbollah disse nesta quinta-feira (4) que lançou mais de 200 foguetes e vários drones contra posições militares de Israel em resposta à morte, na véspera, de um dos principais comandantes da facção.

A ação eleva mais uma vez a tensão na região, em que há troca de hostilidades na fronteira líbano-israelense desde o início da guerra entre Tel Aviv e Hamas na Faixa de Gaza, em outubro —o grupo libanês é um aliado da facção terrorista palestina.

Foguetes disparados do sul do Líbano atingem norte de Israel - Jalaa Marey/AFP

A intensificação das agressões nos últimos meses aumenta os temores de uma guerra em grande escala no Oriente Médio, que ambos os lados dizem querer evitar, apesar dos bombardeios.

O Exército de Tel Aviv confirmou os ataques do Hezbollah e afirmou, pela rede social X, que interceptou alguns dos projéteis. Serviços de resgate de Israel dizem que não há relatos de vítimas, mas drones e estilhaços de interceptação provocaram incêndios.

Em retaliação, a Força Aérea israelense afirmou ter atacado, também nesta quinta, estruturas militares do Hezbollah nas áreas de Ramyeh e Houla, duas localidades no sul do Líbano.

A ofensiva do Hezbollah acontece após um ataque aéreo perto da cidade de Tiro, no sul do Líbano, matar Mohammed Nasser, um comandante regional do grupo, na quarta (3).

"Ele era o homólogo de Sami Taleb Abdullah, comandante da Unidade Nasser, que foi eliminado no mês passado. Juntos, eles serviram como dois dos mais importantes terroristas do Hezbollah no sul do Líbano", afirmou Israel.

A facção afirmou que o ataque desta quinta é parte da resposta pelo "assassinato cometido pelo inimigo". O grupo disse ter disparado mais de 200 foguetes contra cinco posições israelenses, além de drones contra oito bases na fronteira e nas Colinas de Golã, território na fronteira com a Síria que Tel Aviv capturou e anexou após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Nasser foi um dos comandantes mais graduados do Hezbollah a morrer no conflito, afirmaram dois funcionários da área de segurança do Líbano à agência de notícias Reuters.

Em um evento em Beirute em homenagem ao comandante, outro membro do Hezbollah, Hashem Safieddine, declarou que o grupo ampliará seus alvos. "A série de respostas segue em curso e continuará a mirar novos locais que o inimigo não imaginava que seriam atingidos", disse.

Em quase nove meses de ofensivas, os ataques israelenses no Líbano mataram mais de 300 membros do Hezbollah e 88 civis, de acordo com contagens da Reuters. Tel Aviv, por sua vez, afirma que disparos do Hezbollah mataram 18 soldados e 10 civis. Além disso, dezenas de milhares de habitantes dos dois lados da fronteira foram deslocados pelos combates.

No fim de junho, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que as Forças Armadas de seu país têm capacidade para fazer o Líbano "voltar à Idade da Pedra" em uma eventual guerra contra o Hezbollah —que, por sua vez, já disse que não cessará fogo enquanto Israel continuar sua ofensiva na Faixa de Gaza

Washington lidera as ações diplomáticas para reduzir a tensão. Amos Hochstein, diplomata dos Estados Unidos destacado para lidar com o assunto, conversou nesta quarta com autoridades francesas sobre os esforços para restaurar a calma, disse um funcionário da Casa Branca —o Líbano é uma ex-colônia da França.

No mesmo dia, Gallant disse que as forças israelenses estão atingindo o Hezbollah "com muita força todos os dias" e estarão prontas para tomar qualquer ação necessária contra o grupo, embora a preferência seja chegar a um acordo.

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