Cuba liberta dois últimos dissidentes detidos na Primavera Negra

A Igreja Católica cubana anunciou nesta terça-feira a libertação dos dois últimos presos políticos que integravam um grupo de 75 condenados na onda repressiva conhecida como "Primavera Negra", em 2003.

Félix Navarro e José Daniel Ferrer foram condenados a 25 anos de prisão cada. Navarro, 56, era membro da direção do opositor Movimento pela Democracia e Liberdade em Cuba. Ferrer, 40, pertencia ao Movimento Cristão de Libertação.

A partir da mediação da Igreja Católica cubana, o governo de Raúl Castro se comprometeu em julho de 2010 a libertar gradualmente os 52 opositores do Grupo dos 75 que ainda estavam presos.

Como outros dez de seus companheiros já libertados, Navarro e Ferrer tinham rejeitado a condição do exílio na Espanha para sair da prisão.

O governo da Espanha apoiou o processo aberto entre a Igreja Católica e as autoridades da ilha e acolheu em seu território dezenas destes prisioneiros, além de seus parentes.

Os primeiros a sair da prisão foram os opositores do Grupo dos 75 que aceitaram a condição do exílio na Espanha, enquanto as libertações que mais demoraram foram as daqueles que se negavam a sair de Cuba.

Meses após o início do processo de libertação, as autoridades cubanas a estenderam a outros tipos de presos condenados por crimes contra a segurança do Estado.