FMI volta à Argentina para tentar fixar índice de inflação

Uma equipe do FMI (Fundo Monetário Internacional) chegou nesta segunda-feira a Buenos Aires para um novo encontro com integrantes do governo Cristina Kirchner. O objetivo da entidade, na segunda visita técnica ao país, é auxiliar a Casa Rosada na elaboração de um novo índice de inflação.

O governo é acusado de manipular o índice oficial de preços, que o Indec (o IBGE da Argentina) afirma ter sido de 11% no ano passado. Institutos privados que medem a taxa, por sua vez, estimam que a inflação seja de 25%.

A dúvida sobre índice real, contudo, não tira do país a segunda posição no ranking da inflação mais alta da América Latina, atrás apenas da Venezuela.

Durante esta segunda-feira os técnicos do FMI se reuniram com membros do Indec. Eles também vão visitar algumas províncias do país _diferentemente do Brasil, na Argentina não há um índice de preços nacional.

Formular essa taxa é um dos objetivos da visita do FMI. O outro, tarefa mais difícil em um ano eleitoral, é elaborar uma taxa com metodologia amplamente aceita, que não seja tão contestada quanto a atual.

Os técnicos do instituto internacional vão permanecer na Argentina até o próximo dia 11. O resultado da consultoria deve sair no final do mês ou no início de maio.

O pedido de cooperação ao FMI é a segunda tentativa do governo Kirchner de ajustar sua taxa oficial de inflação. Em 2009, a Casa Rosada havia solicitado uma consultoria semelhante ao Conselho Acadêmico, formado por cinco universidades federais. O estudo foi entregue no ano passado ao ministro da Economia, Amado Boudou, e não saiu da gaveta.

Neste domingo seu conteúdo foi divulgado pelo jornal "La Nacion". Para as universidades, o índice de inflação da Argentina não é "confiável" e precisa de uma "reforma urgente".