A curta e estreita rua Basílio da Gama, bem perto do metrô República, no centro, guarda uma das mais tradicionais casas da culinária árabe: o Almanara, que se apresentou aos paulistanos na década de 1950.
Um lugar que quase nunca muda. Pode soar um comentário negativo, mas que se mostra bastante positivo se estivermos falando de São Paulo, uma cidade onde é tão difícil termos referências gastronômicas fixas, devido ao aspecto mutante e monstruosamente grande da capital.
Se seu salário não é em dólar ou euro, comer carne em São Paulo é um exercício caro. E que se torna ainda mais oneroso quando o restaurante, em nome de uma pretensa sofisticação, impinge chicanas ao cliente que acabam por lhe tirar o foco do prato principal.
Sobre restaurantes japoneses, um amigo diz que não vai a lugares onde servem a comida fria e o guardanapo quente.
Intimida o furdunço em torno da alta gastronomia. Nos desarma, portanto, a simplicidade das refeições no Maní. Há ali um esforço incomum de transmitir genuinidade no tripé cardápio-ambiente-atendimento e impressionar pela despretensão.
O Arábia, cujo embrião nasceu nos anos 1980 numa rotisseria, tem movimento constante. Ainda assim, o restaurante árabe mais sofisticado da cidade não se rendeu à produção em série.
Ao perguntar a um amigo se ele gostava de espaguete à carbonara, ouvi: "Não há comida italiana de que eu não goste".
A melhor pizza de São Paulo? Não sei. A concorrência é forte. Mas certamente o tiramisù servido na Carlos é o melhor da cidade, melhor dos que muitos oferecidos na Itália. Não é exagero. A receita da casa vem numa cumbuca funda, boa para dividir, e equilibra com delicadeza o chocolate, o café e... um toque de cachaça.
Com jeitão informal, com o que se tem em casa, ou bem elegante, seguindo normas de etiqueta, veja ideias para acolher amigos em grande estilo.
Tem um quê de fábula, outro de causo: fundada em 1864, a marca de Piotr Smirnov levou pouco mais de 20 anos para conquistar corações do campesinato à nobreza —a ponto de o russo ter sido laureado, em 1886, "fornecedor da corte imperial" pelo czar.