Com alma libanesa, receitas do Arábia mantêm um toque artesanal

MELHOR RESTAURANTE ÁRABE - JÚRI

O Arábia, cujo embrião nasceu nos anos 1980 numa rotisseria, tem movimento constante. Ainda assim, o restaurante árabe mais sofisticado da cidade não se rendeu à produção em série.

Pelo contrário, soube manter as particularidades do modo de preparo manual de cada receita. Observe os detalhes: o quibe frito, de parede fina e recheio úmido, faz barulho ao ser levemente chacoalhado com as mãos, como manda o figurino.

O quibe assado faz referência à infância de Leila Youssef, a mulher que dá alma própria ao Arábia. Pois ela, quando criança, colhia nozes da árvore do vizinho, na aldeia em que morava no Líbano, para serem incorporadas à receita do quibe de sua mãe.

No fatuche, tido como um prato pobre nas origens, no qual se faz o aproveitamento de retalhos de pão torrado, combinam-se folhas verdes, rabanete, tomate, cebola e pepino e um extra, que faz boa diferença –essência de romã e suas sementes, para decorar.

Da mesma infância, surgem outras alusões, como o gestual envolvido no preparo dos charutos de uva, embalados à mão.

São resultado de dedicação semelhante os doces. Aqui, diferentemente do habitual em São Paulo, são receitas aromáticas, sutilmente finalizadas com calda de água de flor de laranjeira ou de rosas, sem excessos. Uma delicadeza, para um final feliz.

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ARÁBIA
R. Haddock Lobo, 1.397, Cerqueira César, região oeste, tel. 3061-2203

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