No topo da enorme barcaça que Ruy Ohtake construiu no fim da avenida Brigadeiro Luís Antônio, no Jardim Paulista, está um respiro, ou oásis ao som de música lounge.
Duas surpresas aguardam quem vai pela primeira vez à Dama.
Você acaba de se sentar e antes mesmo de escolher sua bebida, o garçom já pergunta: "Quer que eu tire uma foto do casal?"
Cabelos grisalhos, curtos e espetados, dólmã com o nome escrito no bolso, como se preciso fosse para identificar uma figura conhecida da gastronomia brasileira, a chef Ana Soares desfila com maestria pelo salão que dá acesso à cozinha de onde saem tortelli ao brie e pera, salmão marinado e crosta de goiabada e queijo de cabra, entre outras delícias de lamber dedos e lábios.
A fumaceira e o cheiro que saem das chapas fumegantes espalhadas pelas mesas deixam a dica da casa: o carro-chefe é picanha no réchaud. Você vai sair defumado, queira ou não. Mas vale a pena.
Três, dois, um, valendo! Como no programa de TV dos anos 1990, um cronômetro estabeleceria o tempo, três minutos, para colocar tudo o que se pode em um carrinho de mercado.
Quando o sanduíche chega à mesa, o recheio parece prestes a espirrar para fora do pão. Cozidas com bacon, cebola, tomate e uvas, as lulas e seus tentáculos desafiam o freguês a buscar uma estratégia.
Não é a inventividade de seu irmão nove anos mais velho, o premiado Maní, que surpreende quem chega à Padoca do Maní, aberta no início de 2015 e consagrada neste ano como a melhor padaria de São Paulo.
Você não perde por esperar, mas vai esperar. A fila para conseguir uma mesa no Z Deli de Pinheiros costuma tomar a calçada da rua Francisco Leitão e pode demorar mais de uma hora.
É como se fosse a sala de casa dos sonhos: paredes com cervejas geladas por todos os lados, uma imensa variedade de rótulos, garrafas geladas de verdade, você vai lá, pega e toma.