Eleita melhor marca de turismo, CVC embarca cerca de cem aviões por dia com seus viajantes
Melhor marca de turismo: 36%
Agência de viagem on-line: 19%
Vamos viajar em números, muitos números. O ano era o de 1972, quando se expandia e se concentrava a indústria na Grande São Paulo, na época do chamado "milagre econômico". Em Santo André, a rua Cesário Motta era uma vitrine do boom econômico: agências bancárias, redes de lojas, pedestres dispostos a gastar.
O número 468 exibia uma placa, que ficava bem acima da porta de entrada e praticamente encobria a fachada da pequena agência de viagens. Nela, três letras na vertical, as iniciais de seu fundador, deixavam espaço para as marcas famosíssimas das companhias aéreas de então: Varig, Cruzeiro, Transbrasil, Vasp. Afinal de contas, voar, naqueles tempos, era mais que um luxo.
Enquanto as quatro empresas ficaram no passado, a lojinha não parou de crescer. Assistiu à derrocada não só das aéreas como também de inúmeros concorrentes.
Levando gente para passear —primeiramente metalúrgicos do ABC que iam de ônibus para a praia, depois diferentes classes trabalhadoras para qualquer canto do mundo—, foi ganhando cada vez mais terreno. As três letrinhas tornaram-se, então, gigantescas: CVC.
Só no ano passado, ela pôs para voar e também andar de ônibus seis vezes a população inteira de sua terra natal, Santo André, quase 4 milhões de passageiros. Enquanto você lê este texto, cerca de cem aviões estão cruzando os céus do Brasil com passageiros dela. Seja para relaxar numa praia, seja para fazer um intercâmbio em sete idiomas, seja para uma viagem de negócios, todo santo dia 14 mil passageiros estão com a CVC.
Para atender a essa multidão, são gerados cerca de 500 mil empregos indiretos, de guias a motoristas, de garçons a camareiras.
Mesmo em tempos bicudos, abre a cada três dias um novo ponto onde é possível visualizar as três letras azuis, que descansam sobre um círculo amarelo ao fundo. O faturamento gira na casa dos R$ 5,5 bilhões.
Neste ano, a marca deve reservar 4,6 milhões de diárias em hotéis e resorts por todo o globo terrestre. De cada dez passageiros que entram em suas 1.136 lojas franqueadas ou nas 6.500 agências multimarcas em 430 municípios do país, sete saem com "viagens customizadas", ou seja, organizadas do seu jeito.
A maioria deles (65%) opta por destinos nacionais, que, em si, constituem um vasto cardápio. De modo geral, a agência oferece em torno de mil lugares aqui e acolá: da festiva Porto Seguro (BA) à badalada Bancoc, na budista Tailândia.
A política da operadora segue a mesma cartilha de 45 anos atrás: para tornar o sonho da viagem possível, a compra pode ser parcelada em até 12 vezes. Para quem começou com as tradicionais excursões de fim de semana —além das praias, Barra Bonita e Campos do Jordão—, a CVC, a julgar pelo andar da carruagem, breve, breve deve chegar à Lua!