É um ano bom para os argentinos, este. Pela primeira vez, um filme dirigido por um portenho chega ao primeiro lugar entre os mais assistidos nos EUA. Trata-se do filme de terror "Mama" (estreia dia 5/4), sobre duas meninas que viveram anos sozinhas em um bosque e, de volta à cidade, conversam com um ser sobrenatural a quem chamam de mãe.

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O longa liderou as bilheterias norte-americanas quando foi lançado, no começo deste ano, e o nome Andrés Muschietti passou a chamar atenção do mundo ­–a revista de cinema "Variety" o apontou como um dos diretores mais promissores de 2013.

Nascido em Buenos Aires, ele trilhava sua vida profissional pela publicidade, em Barcelona, até filmar um curta-metragem praticamente sem roteiro, em 2008. A atuação das duas crianças e os sustos fizeram sucesso na internet e despertaram a curiosidade de produtores em todo o mundo.

Mama

Um deles foi o mexicano Guillermo del Toro, diretor de "O Labirinto do Fauno" (2006), que assumiu a produção de um longa baseado no curta. "Isso tornou tudo muito mais fácil. Tê-lo como padrinho abre muitas portas", diz Andrés.

E foi por uma dessas portas que entrou Jessica Chastain, uma das grandes estrelas do momento. Ao receber o convite para o teste, a atriz ainda não havia sido indicada ao Oscar por "Histórias Cruzadas", em 2012.

"Filmamos 'Mama' entre outubro e novembro de 2011, e Jessica ainda não tinha estourado", conta. O maior sucesso da atriz veio com a participação no filme "A Hora Mais Escura" (2012), de Kathryn Bigelow, em uma atuação que lhe rendeu a sua segunda indicação ao maior prêmio do cinema americano, neste ano.

"Muita gente que não iria ao cinema para ver um filme de terror pode ter ido por causa de Jessica", reconhece o diretor.

TERROR E COMÉDIA

Com um orçamento de produção relativamente baixo, de R$ 30 milhões, o filme arrecadou, só nos EUA, cinco vezes mais do que custou.

"A principal divulgação foi o boca a boca e tivemos uma resposta imediata", conta Andrés.

Agora, ele trabalha em dois novos roteiros, outro terror sobrenatural e uma comédia de ficção científica, e ainda tem planos de fazer um filme noir em Buenos Aires.

"Os estúdios querem participar dos meus projetos", comemora Andrés.

Morar em Hollywood, contudo, está fora de cogitação para o cineasta. "Quero continuar aqui em Barcelona, com meus pés no chão".

Sangue latino