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Serafina

Cantora Candy Mel estreia na televisão em bate-papo com bancada LGBT

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Candy Mel, 25, tem duas casas.

A primeira é na rua Avanhandava, endereço movimentado do centro de São Paulo, onde a vocalista da Banda Uó vive desde 2011, quando veio de Goiânia.

Enturmada na cidade nova, deixou um pouco de lado as noitadas paulistanas e já opta por passar algumas noites de sábado em seu apartamento, "lendo, pesquisando e escapando daquele desconforto natural da juventude, de querer extravasar o tempo todo".

Na segunda casa de Mel, não é bem assim que as coisas funcionam. Isso porque lá ela divide o espaço com outras 3 bilhões de pessoas, das quais boa parte faz de tudo para se destacar e aparecer. A internet, "a casa da Banda Uó", foi o meio responsável por tornar a cantora conhecida.

A Mel Gonçalves, moradora da Avanhandava, é uma menina tímida, de sotaque caipira e que não fala muito, mas que, quando o faz, quase sempre olha nos olhos do interlocutor. Ela pouco lembra Candy Mel, habitante da rede mundial de computadores e a terça parte da banda que formou junto com os amigos Davi Sabbag e Mateus Carrilho. Em "Shake de Amor", clipe postado no YouTube em 2011 e que alavancou a carreira da Banda Uó, Mel bate cabelo, faz carão, drama, se joga nas dancinhas e acaba se vingando à bala de uma desilusão amorosa.

Mais de 2 milhões de visualizações depois, a personalidade internética de Mel passou a ser requisitada em outras bandas. Gravação de discos, shows, DVDs e, agora, um programa próprio na televisão, o "Estação Plural", que estreou na TV Brasil no dia 25/02. Será o segundo trio da carreira da cantora, que é transexual.

Se na Banda Uó ela batia cabelo junto dos amigos gays Davi e Mateus, na televisão ela se senta ao lado da cantora Ellen Oléria, que é lésbica, e do jornalista Fernando Oliveira, o Fefito, também homossexual. Juntos, eles formam uma bancada LGBT que discute temas da atualidade e comportamento. Entre os entrevistados já confirmados na atração, estão o médico Drauzio Varella, a atriz Bruna Lombardi e a jornalista Barbara Gancia.

Assumir e discutir essas questões não deixam de ser uma novidade na carreira da cantora. "A Banda Uó nunca se pronunciou a respeito desse tipo de coisa, mas ela sempre foi uma bandeira. Só o fato de eu estar ali como uma mulher trans, ganhando visibilidade, já era representatividade", diz.

FAMA E GRANA

Partir para a televisão aberta para discutir esses temas foi uma decisão tomada depois de muita reflexão. "No programa, não quiseram me 'exotificar' em hora nenhuma. Detesto ser 'exotificada'. Ser uma cantora pop no palco já é exótico o suficiente. Quando se trata de transexualidade, é sempre sob o prisma do exótico ou do excludente. E eu não admito ser tratada de nenhuma das duas formas", diz. "Não quero que meu gênero e minha sexualidade venham antes de mim. Para mim, o meu trabalho tem que ser muito maior do que eu, sempre."

Assista ao clipe de "Catraca"

Pouco depois do lançamento do segundo disco da banda, "Veneno", Mel projeta grandes planos para o grupo. Ao contrário da esmagadora maioria dos artistas independentes, ela não esconde o desejo pelo sucesso, pela fama e pela grana. "Gosto de palcão, de estrutura. Quero ficar grande, ganhar dinheiro, tocar no Faustão", conta. "A Banda Uó se construiu sozinha. Ninguém escolheu nossa maneira de se vestir ou o tipo de som que deveríamos tocar. Queremos fazer grandes clipes, grandes shows e vender muitos discos."

Sonhos que alimenta sem culpa alguma. "Não devo nada para ninguém", diz. "A não ser para o banco [risos]."

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