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Serafina

Guru da ioga Iyengar, Faeq Biria combate as fábulas ao redor da prática

Cassiana der Haroutiounian
O homem mais importante da yoga Ayengar, Faeq Biria, 69
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Faeq Biria, 69, veste uma "kurta", camisa longa usada por indianos, e tem na testa um traço vermelho, que vai da raiz dos cabelos ao espaço central entre as sobrancelhas.

A fisionomia, as roupas e sua ocupação (ele faz parte do grupo de notáveis da ioga iyengar) revelariam um autêntico hindu. Mas o discípulo do fundador do método, B.K.S. Iyengar (1918 - 2014), nasceu no Irã, filho de cristãos ortodoxos vindos da Rússia.

Estabelecido na França desde os 20 anos, Faeq esteve em São Paulo para a 1ª Convenção Nacional de Iyengar Ioga e para o lançamento do livro escrito por seu mestre, "Luz Sobre o Yoga" (editora Pensamento).

A multinacionalidade e suas andanças pelo mundo se cruzam com a história de B.K.S Iyengar (pronuncia-se "aiengar"), considerado o embaixador do método no Ocidente, responsável por sistematizar e popularizar a técnica.

Faeq é presidente da Associação Francesa de Iyengar e criador do sistema de certificação do método usado em diversos países.

Iniciou-se na prática em condições parecidas com as de seu guru. Ambos foram crianças de saúde frágil que transformaram-se em adultos fortes e saudáveis (B.K.S Iyengar viveu até os 95 anos).

Cassiana der Haroutiounian
O homem mais importante da yoga Iyengar, Faeq Biria, 69
Faeq Biria, 69, presidente da Associação Francesa de Iyengar

"Quando eu tinha cinco anos, meu avô me disse: se você quer ser inteligente e muito forte, faça ioga", diz Faeq. O avô ensinou ao menino as técnicas de respiração e posturas. Fortalecido, Faeq interessou-se por esportes como corrida, luta livre e artes marciais. Só voltou a se aprofundar na ioga quando se mudou para Paris, aos 20. Enquanto estudava química e farmacologia, retomou a técnica aprendida com seu avô. "Voltei diferente, em busca de orientação espiritual", diz ele.

VIAGEM COM DISCIPLINA

Com essa visão, aos 25 anos partiu para uma viagem à Índia. Pensava em passar dois meses no país onde ficou dois anos. "Seguia regras. Viajava com quatro peças de roupa e tinha que ir a todos os lugares sagrados. Não podia ficar mais de três dias em um lugar se não tivesse um propósito espiritual", conta.

Ele procurou todos os grandes mestres que viviam lá na época, durante a década de 1970. No encontro com o guru, se encantou pela forma como o mestre indiano Iyengar ensinava.

"Era um treino muito científico",conta. "Para mim, tudo tinha que ser racional, eu queria saber o que há de ciência por trás de cada respiração. B.K.S. tinha a resposta para tudo." Faeq não gosta do que chama de
fábulas que se criam ao redor do método. "A pessoa diz: 'meu corpo está despertando, minha energia está fluindo assim', mas são fantasias."

Estar completamente envolvido é o que ele considera o estado mental perfeito, objetivo final para o qual os "ásanas" (posturas) e "pranayamas" (respirações) são apenas os meios.

"As pessoas estão perdendo a capacidade de se envolverem 100% em algo. Hoje, a única coisa que se compara a esse engajamento total é o orgasmo. Ou, como me disse uma senhora após uma aula, a hora do parto."

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