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Serafina

Companheiro de biógrafo de Clarice, Japin lança livro sobre Santos Dumont

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Na casa de Benjamin Moser, não é apenas o autor de "Clarice" que é apaixonado pelo Brasil. Seu companheiro, o romancista holandês Arthur Japin, 59, também visita o país há tempos e tem um personagem brasileiro de predileção, o pioneiro da aviação Alberto Santos Dumont (1873-1932).

Japin também virá ao Brasil para a Flip, para lançar o romance "O Homem Com Asas" (Planeta), inspirado na trajetória do aviador, com mais de 30 mil cópias vendidas na Europa.

"Sempre busco personagens para minhas novelas históricas que possuam trajetórias que transmitam imagens literárias", contou Japin em entrevista por telefone.

Autor de "Os Olhos de Lucia", sobre a primeira amante de Casanova, Japin se encantou com o inventor brasileiro por conta de sua obsessão por voar. "Uma das coisas que mais me tocou, por exemplo, foi saber que, em seu apartamento em Paris, ele pendurou a cadeira e as mesas no teto, para que seus convidados se sentissem no ar. Sua necessidade de voar era imensa."

O livro se desenvolve a partir de outra imagem bastante trágica, mas também poética, o fato de que, após a sua morte, o coração de Santos Dumont tenha sido arrancado e guardado pelo legista que o embalsamou.

Até hoje, corpo e coração estão separados. "Uma das coisas que quero fazer quando chegar ao Brasil é ir ao museu Aeroespacial, no Rio, onde está o coração do aviador", diz.

No romance, Japin explora a decepção que Santos Dumont sentiu ao perceber que sua invenção passava a ser usada com fins militares. Ao se dar conta de que aviões atuavam na Revolução Constitucionalista com o fim de bombardear São Paulo, teria então tido seu motivo definitivo para enforcar-se, no dia 23 de julho de 1932, no Guarujá.

Para o pesquisador, inclusive, esse teria sido também o motivo pelo qual Santos Dumont não teria se importado com o fato de que a criação do avião passasse a ser creditada aos irmãos Wright, hipótese que até hoje divide opiniões de historiadores. "Era como se ele quisesse jogar a culpa neles", afirma Japin.

Outro tema abordado no romance é de sua suposta homossexualidade, sobre a qual Japin tem uma opinião formada. "O círculo de amigos, o modo como se vestia, suas atitudes, não tenho nenhuma dúvida de que Santos Dumont era gay", afirma.

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