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Serafina

Congolês refugiado, Shambuyi Wetu faz performance em festival do Sesc

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O artista Shambuyi Wetu, 44, chegou de navio ao Brasil em 2014 como refugiado político da República Democrática do Congo, país que enfrenta uma guerra com mais de 6 milhões de mortos em 24 anos.

"O caminho do refugiado não tem fim", diz. "É um caminho que qualquer um de nós pode passar, ser submetido, dependendo das circunstâncias políticas, religiosas, raciais e do momento histórico".

Este é o tema de sua performance "Caminho do Refúgio", que será apresentada dia 4/10, às 18h, no "20º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil", no Sesc Pompeia, como parte da instalação "Museu do Estrangeiro", do artista visual brasileiro Ícaro Lira.

Bagagem

Desde o ano de sua chegada, Wetu trabalha como ajudante de obra na construção civil de São Paulo. Formado em pintura e escultura pela Academia de Belas Artes de Kinshasa, o artista ficou 2 anos sem exercer seu ofício, mas retomou-o com a performance "Bagagem", na qual caminha de roupa social com um saco de estopa amarrado na cabeça e outro na uma mala de rodinhas que carrega.

"O país recebe o corpo do imigrante, mas não recebe a cabeça, a pessoa e sua bagagem intelectual", argumenta, enfatizando que a placa que diz "bem-vindo" é apenas figurativa.

Não à Guerra do Congo

Ele prefere não contar os motivos que o levaram a pedir o refúgio.

"Estava correndo perigo... Como não estou do lado dos opositores, nem do governo, não posso falar a respeito, sou um alvo fácil".

Em outra performance, "Não à Guerra do Congo", se veste com folhas de jornal coladas por cima de sacos plásticos. Celulares e tablets são grudados aos jornais e tinta vermelha escorre sobre todo o corpo.

"A mídia local não circula as informações sobre a guerra", afirma.

As maiores reservas de Tântalo, metal usado na fabricação de smartphones, tablets e PCs, estão localizadas no leste do Congo. Milícias internas e de países vizinhos, patrocinadas por corporações dos EUA e da China, lucram com o contrabando do metal e promovem a matança do povo das aldeias próximas às minas.

"Eu uso porque preciso, mas este celular é feito com o sangue do povo congolês", conclui.

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