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Serafina

"Precisamos de temas feministas", diz Sam Rockwell, favorito ao Oscar

Divulgação
Nicole Kidman e Sam Rockwell no 24º Prêmio Anual Screen Actors Guild Awards
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Sam Rockwell entra numa sala de reunião de um hotel à beira-mar de jeans largo, camiseta, jaqueta azul esportiva, meias brancas e tênis. Sem aura de figurão hollywoodiano, mas com presença forte. Virar galã nunca foi mesmo sua intenção. Quando ainda conciliava testes de elenco com bicos como entregador de comida mexicana, Rockwell aspirava um dia ter "um nível Gary Oldman de fama". Pois bem. Hoje, aos 49 anos, ele é o favorito ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu trabalho no filme "Três Anúncios Para um Crime" justamente no ano em que Gary Oldman é o favorito na categoria Melhor Ator. Ambos já levaram estatuetas nos prêmios Globo de Ouro, Screen Actors Guild e BAFTA.

Tão premiado quanto Rockwell e com sete indicações ao Oscar, o longa que ele estrela, em cartaz nos cinemas, narra a trajetória de Mildred Hayes, uma mãe obstinada a cobrar da polícia local uma solução para o caso do assassinato da filha. "É um filme extremamente emotivo, ainda que bastante engraçado", diz, no dia seguinte à estreia mundial no Festival de Veneza. "E termos a Frances McDormand nesse papel... É o ano das mulheres, ainda bem! Precisamos de temas feministas, com toda certeza. Perdemos a chance de ter uma presidente mulher e agora temos de lidar com esse cara, tão carismático quanto um saco de martelos", diz, sobre o presidente Donald Trump.

Contracenando com Frances, o ator dá vida a Jason Dixon, um policial racista, violento e um tanto destituído de inteligência que atrapalha a busca de Mildred. Ao longo da história ele também tem sua chance de redenção. "Ele tem um arco dramático fantástico, uma jornada. Esse é meu tipo favorito de papel".

"Três Anúncios Para um Crime" trailer

Embora dê todo o crédito do seu sucesso à escrita "milagrosa e compassiva" de Martin McDonagh, que também assina a direção do longa, Sam dedicou-se a pesquisar sobre os temas do roteiro. "Eu não consigo me identificar com racismo, então, tive de abordar o personagem por outros caminhos", explica. "Conversei com um ex-supremacista branco que hoje resgata pessoas em grupos de ódio e ele me disse: 'não é que você odeia o outro, você odeia a si mesmo'. A ideia da raiva que isso gera internamente foi essencial para eu conseguir me relacionar com o personagem".

Saca do bolso o celular para mostrar fotos com policiais e oficiais da marinha que conheceu durante o processo. "Obviamente temos um ciclo vicioso de problemas na aplicação da lei no nosso país. Mas o trabalho de policial deve ser muito difícil. Eu não gostaria de ser um. Nem presidente dos Estados Unidos", diz. É justamente seu próximo papel, Sam vai ser George W. Bush no filme de Adam McKay. "Estou na fase preparatória. É intimidante interpretar alguém tão famoso, me deseje sorte!", diz.

O papel que o fez ficar mais conhecido também foi baseado em uma pessoa real, Chuck Barris, no filme "Confissões de uma Mente Perigosa" (2002), dirigido por George Clooney. "Ele lutou por mim quando o estúdio não queria que eu fizesse o filme", comenta.

"O trabalho de ator é tão estranho. É como ser um bebê bêbado. Você precisa manipular emoções e tem aqueles horários malucos e toda a preparação", diz ele, que vira e mexe interpreta tipos tapados, violentos ou caipiras, em contraste à sua personalidade relaxada e autoconfiante. "Já quebrei uma cadeira me preparando para uma cena. Já me fechei num canto, já fiquei numa sala espancando uma lixeira com um guarda-chuva. Chega a ser hilário". Por tudo isso, ele diz procurar satisfação no trabalho independente da reação do público ou crítica. "Mas é legal ouvir um burburinho positivo. Vamos ver no que dá".

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