Pouco mais de 25% dos apartamentos lançados em 2018 na zona oeste são de apenas um dormitório.
Nesse universo de compactos e estúdios, construtoras investem em serviços no modelo "pague pelo que usar". Há creche para cães, cuidador para idosos, biblioteca e manobrista, por exemplo.
Os lançamentos mais luxuosos ficam em Perdizes, Vila Madalena e Pinheiros e atraem público pronto para pagar, em média, R$ 14,5 mil por metro quadrado de área útil.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Prédios em Pinheiros, entre as ruas Cardeal Arcoverde e Mourato Coelho |
Um deles é o Z. Pinheiros, da Eztec, com unidades de 22 a 80,84 metros quadrados, vendidas a partir de R$ 369 mil.
Ali o morador dispõe de serviços de beleza, cuidador de idoso, passeador de cachorro, costureira e arrumadeira.
"A empresa fez uma parceria com a Zservices, que disponibilizará todo esse conforto", diz Alexandre Tagawa, publicitário da construtora. O edifício terá piscina na cobertura e espaço de coworking.
Quando veio a crise, em 2013, as construtoras trocaram apartamentos maiores por menores, com preços mais acessíveis, valorizando-os com serviços e acabamentos especiais, explica Tagawa.
Na época, os juros dos financiamentos subiram acima dos 10% ao ano, o que fez os imóveis se adequarem ao bolso e ao gosto do consumidor.
Alexandre Lafer, dono da Vitacon, aponta mudança no perfil demográfico que explica os estúdios bem localizados e bem servidos. "Paulistanos estão abertos a morar em um espaço menor, contanto que tenham muito conforto e infraestrutura", avalia.
O mais recente lançamento da Vitacon, o VN Apiacás, em Perdizes, terá controle de luz por voz nos apartamentos, tomadas com USB, carro compartilhado, lavanderia coletiva, técnicos de manutenção, coworking e creche canina. Um apartamento de 21 metros quadrados custa R$ 294 mil.
Na vizinha Vila Madalena, a Idea!Zarvos já ergueu 19 prédios. Hoje, investe em empreendimentos residenciais para quem trabalha ali. "São jovens da economia criativa", resume Otávio Zarvos, fundador.
Foi para esse público que a empresa lançou o Onze 22, desenhado pelo escritório de arquitetura Triptyque. Os apartamentos vão de estúdios de 29 metros quadrados, vendidos a partir de R$ 374 mil, a plantas de 42 a 179 metros quadrados, que custam entre R$ 576,7 mil e R$ 2,9 milhões. A previsão da entrega é 2022.
No térreo, haverá jardim aberto para a rua. Na cobertura, piscina de borda infinita. As áreas comuns incluem spa, lareira e sala de massagem, além de lavanderia coletiva.
A Cyrela também investe em múltiplas opções de plantas. No Haus by Yoo, em Pinheiros, com entrega em 2022, haverá 76 unidades com mais de 160 metros quadrados e 14 estúdios de até 29 metros.
A diferença é o modelo de venda. Os primeiros 14 compradores das unidades maiores levaram os estúdios de graça, diz a empresa.
Já o Jazz Villa Pinheiros, recém-entregue, tem foco no executivo com mais de 30, segundo a Alfa Reality, que revestiu o prédio de dez andares com tijolos em estilo inglês e instalou biblioteca na área comum.
As unidades têm de 40 a 70 metros quadrados e "pay per use" de manobrista e arrumadeira. Na planta, o metro quadrado valia R$ 16 mil. Hoje custa R$ 20 mil.