Google desenvolve paleta com 10 tons de pele para melhorar sistemas de IA

Lançamento deve aprimorar reconhecimento de rostos e de mais tons de pele

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Paresh Dave
Oakland | Reuters

O Google, da Alphabet, revelou nesta quarta-feira (11) uma paleta de dez tons de pele que descreveu como um passo à frente na criação de dispositivos e aplicativos que possam atender melhor as pessoas.

A empresa disse que a nova escala de tons de pele substitui um padrão falho de seis cores conhecido como "Fitzpatrick Skin Type", que se tornou popular na indústria da tecnologia e é usado em aplicações como sensores de frequência cardíaca de smartwatches, sistemas de inteligência artificial, incluindo reconhecimento facial, e outros mecanismos que possam mostram viés de cor.

A empresa fez parceria com a socióloga da Universidade de Harvard Ellis Monk, que estuda discriminação pela cor da pele e se sentiu desumanizada por câmeras que não conseguiram detectar seu rosto e refletir seu tom de pele.

Funcionária da Google apresenta novas tonalidades - Jana Asenbrennerova - 11.mai.2022/Google via Reuters

Monk disse que a escala Fitzpatrick é ótima para classificar diferenças entre peles mais claras. Mas a maioria das pessoas são mais escuras, então ela queria uma escala que "faça um trabalho melhor para a maioria da população".

Através do Photoshop e de outras ferramentas de arte digital, Monk estabeleceu dez tons de pele, um número gerenciável para pessoas que ajudam a treinar e avaliar sistemas de inteligência artificial. Ela e integrantes do Google entrevistaram cerca de 3.000 pessoas nos Estados Unidos e descobriram que um número significativo delas disse que uma escala de dez pontos combinava com sua pele, bem como uma escala de 40 tons.

Tulsee Doshi, chefe de produto da equipe ​​responsável por inteligência artificial do Google, chamou a escala de Monk de "um bom equilíbrio".

O Google já está aplicando a escala em sua busca. Imagens relacionadas a pesquisas como "maquiagem para noivas" agora permitem a filtragem de resultados baseados na paleta de Monk. Pesquisas de imagens como "bebês fofos" agora mostram fotos com tons de pele variados.

A escala Monk também está sendo implantada sobre opções de filtros do Google Fotos, para garantir que o software de correspondência de rostos da empresa não seja tendencioso.

Ainda assim, Doshi disse que os problemas podem se infiltrar nos produtos se empresas não têm dados suficientes sobre cada um dos tons, ou se as pessoas ou ferramentas usadas para classificar a pele dos outros são tendenciosas por diferenças de iluminação ou percepções pessoais.

Empresa desenvolve ferramenta de inteligência artificial para buscas no mundo real

O Google também lançou nesta quarta planos para conectar o mundo real com o universo digital de buscas, mapas e outros serviços por meio de avanços na tecnologia de inteligência artificial.

A companhia exibiu uma ferramenta que vai permitir aos usuários, por exemplo, fazerem vídeos de prateleiras de vinhos em uma loja e pesquisar no sistema para automaticamente identificar aqueles que foram produzidos em vinícolas específicas.

"Isso é como ter um super 'Ctrl+F' para o mundo ao seu redor", disse Prabhakar Raghavan, vice-presidente sênior do Google, referindo-se ao atalho de teclado para buscas em documentos. "Você pode fazer buscas no mundo todo, fazer perguntas de qualquer forma e em qualquer lugar."

Mais para o final deste ano, o Google Maps vai lançar uma visão imersiva para algumas grandes cidades que une o recurso do Street View com imagens aéreas "para criar um modelo digital rico do mundo", afirmou a companhia.

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