Desde 2018, ano que ficou marcado como o das eleições do WhatsApp, virou senso comum afirmar que as redes sociais têm poder para decidir um pleito.
Se por um lado o engajamento da militância e as falas dos candidatos ganharam mais espaço, por outro, frear a disseminações de mentiras passou a ser um desafio.
"As redes sociais trouxeram um conceito que o processo político foi democratizado, gerando contato direto entre todos os candidatos, mas também criaram uma assimetria, porque não tenho igualdade de armas para competir", diz Felipe Soutello, estrategista da campanha da senadora Simone Tebet (MDB) à Presidência, no primeiro episódio da série de videocasts Eleições na Internet.
Para Soutello, esta campanha marca o que ele chama de "fim dos outsiders na política". "Em 2020, a gente viu o eleitor voltando a buscar gente do mundo político para resolver seus problemas. É o retorno da política profissional como opção."
Responsável pela estratégia online de Guilherme Boulos à Prefeitura, em 2020, e atual integrante da campanha digital do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gabriel Gallindo reconhece a dianteira dos partidos de direita em relação à atuação na internet. "A direita acabou entrando mais rápido na lógica das redes sociais, mas a esquerda correu atrás do tempo perdido e aprendeu muito rápido."
Eleições na Internet será publicado semanalmente, às terças-feiras, e conta ainda com a participação de Carlos Affonso Souza, diretor do ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade).
O projeto é uma parceria da Folha com ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade) com apoio do YouTube. Os episódios também ficarão disponíveis nos principais tocadores de podcast.
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