A COP27, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, se encaminha para o fim, após duas semanas, ainda com pontos em aberto.
As divergências entre os países, reunidos em Sharm el-Sheikh, no Egito, vão de desde a manutenção de uma menção a diminuir o uso de combustíveis fósseis no planeta até questões como o financiamento de perdas e danos, ou seja, de estragos sofridos em locais não tiveram tempo de se adaptar às mudanças climáticas e já sofrem as suas consequências.
Para o Brasil, a COP27 fica marcada pela presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que resumiu sua mensagem internacional da frase "O Brasil está de volta". O petista também ofereceu o país como sede da COP30, em 2025, e formou uma aliança com governadores da Amazônia Legal.
Na TV Folha, em São Paulo, o colunista Marcelo Leite e os editores Giuliana de Toledo e Bruno Benevides conversaram com os repórteres Ana Carolina Amaral e Phillippe Watanabe, direto de Sharm el-Sheikh, no Egito.
Sobre a probabilidade de o mundo conseguir limitar o aquecimento global a 1,5°C, Marcelo Leite observa que o assunto pode nem entrar no acordo final da COP27. "Existe uma chance de isso não aparecer no texto de Sharm el-Sheikh. Em Paris a meta era 2°C. Em Glasgow [2021], foi reforçado, e a perspectiva é de não ser mencionado agora".
"Os países já viam em Glasgow, na Cop26, uma tentativa de renegociação do acordo de Paris ao restringir o teto para 1,5°C. Embora tenha saído do pacto de Glasgow a importância de restringir o aquecimento global, a crítica dos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, se manteve e está mais ferrenha aqui no Egito", aponta Ana Carolina Amaral.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) optou novamente por não comparecer ao encontro anual de países que discutem o enfrentamento conjunto das mudanças climáticas. O governo está sendo representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
Já o presidente eleito esteve no evento para encontros com líderes e com governadores da Amazônia Legal, além da participação no fórum de povos indígenas e mudanças climáticas.
Contrariando uma tradição que vinha sendo mantida desde 2005 pelos governos brasileiros, o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) prevê divulgar apenas no fim do mês o dado sobre o desmatamento.
Sob Bolsonaro, os números não estão mais sendo divulgados durante o evento.
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