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03/08/2010 - 16h05

Dispersante de óleo ameaça corais no golfo do México

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SUJATA GUPTA
DA NEW SCIENTIST

Populações de corais no golfo do México podem diminuir com o desastre do vazamento de petróleo com a plataforma Deepwater Horizon. Mas por contato não com o óleo, mas com o dispersante químico que se espera acabar com o poluente.

Testes de laboratório apontam que o Corexit 9500A, o dispersante utilizado pela BP para elminar a maior parte do vazamento de óleo da história dos Estados Unidos, impede que larvas de corais se fixem nas superfícies onde geralmente amadurecem.

As larvas, frequentemente do tamanho da cabeça de um alfinete, flutuam no mar antes de se fixar em superfícies como pedras no leito do mar, faces de colinas ou até mesmo velhas torres de petróleo. Leva centenas de anos para uma colônia madura se desenvolver.

Caranx latus/August Rode/Flickr
Coral de Mustard Hill, que é ameaçado pelos dispersantes de petróleo no golfo
Coral de Mustard Hill, que é ameaçado pelos dispersantes de petróleo no golfo

Pesquisadores na Mote Marine Laboratory, em Summerland Key, Flórida, estudaram como larvas de corais de água rasa Mustard Hill (Porites astreiodes) se estabeleceram em discos de cimento em três diferentes combinações de líquidos: água do mar com óleo, água do mar com o dispersante Corexit 9500A, e uma combinação dos três.

As concentrações de óleo e dispersante foram equivalentes às prováveis de ser encontradas em redor da abertura do poço da plataforma Deepwater Horizon, antes de ser tampado.

A equipe observou as larvas por 48 horas, o que é aproximadamente o tempo que leva para a maioria das larvas de corais se estabelecerem.

Resultados prelminares e ainda não publicados mostram que as larvas na mistura de óleo e água eram capazes de se fixar nos discos, enquanto aquelas em recipientes contendo o dispersante permaneciam suspensas na água.

RISCO PROFUNDO

Embora o coral de Mustard Hill e seus descendentes não estejam ainda expostos ao óleo ou aos dispersantes, pesquisadores estudando corais em mar profundo que ficam mais próximos ao poço danificado estão preocupados com os resultados.

"Seria necessário testar cada espécie de coral individualmente, mas é claro que nós não podemos fazer isso normalmente", diz Steve Ross, zoólogo e especialista em corais de mar profundo da Universidade de Carolina do Norte, em Wilmington.

"Acredito que nõs podemos assumir que, se há um impacto negativo em um tipo de coral, haverá um impacto negativo em outro também", comenta ele.

Em vazamentos a águas profundas, o óleo normalmente sobe para a superfície, poupando os corais abaixo. Mas com o vazamento atual, a BP liberou dispersantes em profundidade tal que impedisse o óleo de subir à superfície e alcançar regiões costeiras e pântanos.

Gotas de dispersantes e óleo podem agora ficar ligadas a outros resíduos, fazendo-os ficar mais pesados e afundando no leito do mar, diz Kevin Yeager, geólogo de sedimentos na Universidade de Mississipi do Sul, em Hattiesburg.

 

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