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09/04/2013 - 13h50

Países devem dar independência a BCs para conter inflação, diz FMI

PABLO UCHÔA
DA BBC BRASIL, EM WASHINGTON

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou nesta terça-feira aos governos que deem independência "de fato" às suas autoridades monetárias a fim de manter os preços sob controle.

O alerta foi feito pelo subdiretor do departamento de Pesquisas da instituição, Jorg Decressin, durante a divulgação de dois capítulos analíticos do relatório Panorama Econômico Mundial, em Washington.

"Há uma diferença entre a autonomia de fato e de direito", disse o economista. "O Fed [o Banco Central americano] tinha autonomia legal nos anos 1970s, mas na prática se sentia restringido pela dinâmica política do momento e achava que tinha de apoiar a política oficial da época, que era a de reduzir o desemprego", exemplificou.

A situação americana nos anos 1970 é usada como estudo de caso para mostrar que a interferência política pode prejudicar os esforços de controle dos preços. Naquela época, a ausência de firmeza do BC americano, avalia o FMI, levou à alta da inflação, apesar da estagnação econômica.

"Isso mostra que o que importa é a independência na prática, mais que legal. A autonomia legal pode ajudar, mas isso só não é suficiente para a (autonomia) na prática", disse Decressin.

Ele afirmou, entretanto, que não conhece a situação específica do Brasil - que também vive um momento de preços em alta apesar da atividade econômica mais fraca - para tecer comentários.

CONTROLE

A questão da autonomia das autoridades monetárias é central na análise do capítulo que o FMI divulgou nesta terça-feira sobre a trajetória da inflação mundial, sobretudo nos países desenvolvidos.

A análise mostra que, surpreendentemente, a inflação não caiu durante a atual crise econômica, como era de se esperar. A teoria econômica reza que em momentos de alto desemprego, como o atual, os preços tendam a cair.

"Olhando para o futuro, nossa análise sugere que as atuais políticas monetárias (para estimular a economia) não devem ter consequências inflacionárias significativas", diz o relatório.

Entretanto, o documento faz duas ressalvas: a primeira, um alerta para que o atual cenário de pouca inflação leve os governos a não ser complacentes com a alta dos preços; a segunda, um lembrete sobre os riscos provenientes de "pressões políticas e independência limitada dos bancos centrais".

"A história claramente demonstra os riscos associados com a restrição dos apertos monetários apropriadas em resposta à inflação persistentemente em alta", avalia o documento.

Os capítulos analíticos divulgados nesta terça-feira abrem a "temporada" de análises econômicas que o Fundo divulga nas semanas anteriores às suas reuniões de primavera e outono --ambos eventos, neste ano, a serem realizados na capital americana.

Na próxima quinta-feira, o FMI divulgará mais capítulos analíticos do seu relatório de estabilidade financeira global e, na semana que vem, as esperadas projeções de crescimento para a economia mundial e as economias nacionais.

Os encontros de primavera (outono no Brasil) do órgão estão marcados para ocorrer entre os dias 19 e 21 de abril, na sua sede em Washington.

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