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EUA desconhecem primeiras eleições de Mianmar em 20 anos
da BBC Brasil
Autoridades são acusadas de dinamitar chances da oposição
Os Estados Unidos criticaram duramente as eleições realizadas neste domingo em Mianmar, afirmando que o processo eleitoral foi "tudo menos livre e justo".
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Em um comunicado divulgado neste domingo, a Casa Branca afirma que o votação --a primeira no país em 20 anos-- "não atendeu a nenhum padrão internacional associado a eleições legítimas".
"As eleições foram baseadas em um processo fundamentalmente cheio de falhas e demonstraram a preferência do regime por continuada repressão e restrições em relação à inclusão e transparência", diz a nota do governo americano.
Os generais no poder alegam que o pleito marcará uma transição para um regime democrático civil, mas a oposição alega que o processo é uma farsa.
As autoridades eleitorais são acusadas de dinamitar o espaço do principal partido da oposição, a Liga Nacional para a Democracia, que está boicotando as eleições.
O partido é liderado pela vencedora do prêmio Nobel Aung San Suu Kyi, que está presa. Em 1990, seu partido venceu as eleições, mas foi impedido de assumir o poder.
Observadores internacionais e jornalistas estrangeiros não foram autorizados a acompanhar a votação.
O embaixador britânico no país, Andrew Heyn, disse que Mianmar "perdeu uma oportunidade" de reconciliar o país e abraçar a democracia.
Em sua nota, os EUA pressionam para que Mianmar liberte mais de 2,1 mil prisioneiros políticos, incluindo Aung San Suu Kyi.
BOICOTES
Participaram do pleito 37 partidos e cerca de 3.000 candidatos, sendo que dois terços deles concorrem em legendas apoiadas pela junta militar no poder.
Segundo a oposição, autoridades estariam ameaçando demitir de seus empregos trabalhadores que não votassem para os candidatos oficialistas.
Comunidade internacional pede libertação de Aung San Suu Kyi
O regime também é acusado de rejeitar as candidaturas de partidos ligados a determinados grupos étnicos e cancelar a votação em outras áreas onde as características étnicas desfavorecem o governo.
Um correspondente da BBC em Rangoon, a maior cidade do país, diz que não houve clima de campanha nas ruas nem filas nos postos de votação.
Na véspera das eleições, a polícia patrulhava as ruas do país, e lojas fecharam suas portas. A mídia estatal instou os cidadãos a votar e advertiu contra boicotes.
A internet saiu do ar nos últimos dias no país, o que, segundo críticos, foi uma tentativa da junta militar de restringir as comunicações durante o período eleitoral.
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